Primeiro especialista a alertar para o problema envolvendo a extração de sal-gema, pela Braskem, ainda em 2010, quando ninguém falava sobre a possibilidade de um desastre ambiental, o professor Abel Galindo Marques disse, em entrevista ao Jornal da MIX, na Rádio MIX 98,3 FM, na manhã desta quinta-feira (30), que caberia um Maracanã inteiro no subsolo onde estão localizadas a mina 18 (prestes a colapsar) e outras duas ao lado desta.
Segundo ele, há uma grande probabilidade de estas minas vizinhas, por estarem em uma área próxima, serem afetadas pelo dolinamento, que é popularmente chamado de “sumidouro” e é caracterizado por depressão no solo, de formato mais largo que profundos, que pode ser inundado por lagoas.
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Portanto, pela caracterização geológica daquela região, o especialista alerta para a probabilidade de acontecer novos fenômenos (surgimento de grandes crateras) nos próximos meses.
“Disponho de um estudo feito por técnicos italianos que apresenta o risco destes dolinamentos acontecerem nestas áreas de minas de extração de sal-gema com o passar dos anos. Há uma possibilidade disto ocorrer, que varia de 30% a 70%. Por isso, não se surpreenda com novos informes neste sentido daqui a algum tempo”, destacou Abel Galindo.
Ele informou que há um risco maior de o ‘sumidouro’ se formar na mina 18, mas com perigo de comprometer as minas 19 e 7, que estão coladas. Elas estão situadas entre o antigo CT do CSA e a Casa de Repouso José Lopes. “É possível que estas minas entrem em colapso juntas”, avisou o professor.
E explicou que este fenômeno deve provocar a formação de um lago naquela área, com profundidade de 8 a 10 metros, levando em consideração que as camadas das minas vão desabando com o tempo e preenchendo os espaços vazios. “As minas vão subindo e, se o teto desabar, agora, formaria um grande lago com dimensões grandes, que compreenderia a lagoa até a barreira das encostas”, reforçou.