Após a confirmação do Ministério da Saúde (MS) sobre oprimeiro caso suspeito de coronavírus em Alagoas, os maceioenses já começaram a constatar a falta de máscara respiratória facial e álcool gel em farmácias da capital alagoana. O presidente do Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF/AL), Robert Andersson, explicou que o comércio foi pego de surpresa pela alta demanda.
ÀGazetaweb, a advogada Synthya Maia revelou que, em apenas 24 horas, tentou comprar os produtos em três estabelecimentos diferentes no conjunto Graciliano Ramos, na parte alta de Maceió; no entanto, não encontrou.
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Ela contou que convive com uma doença respiratória, a asma, e, por isso, possui um nível de imunidade considerado como baixo. "Já quis logo comprar, mas não tinha máscara e nem álcool gel. Não achei os dois em nenhuma dessas farmácias".
Ainda segundo Synthya, as farmácias não informam possíveis datas para reposição de estoques. "Disseram nada disso. Eles só dizem que acabaram as máscaras. Uma das farmácias falou, inclusive, que tinha acabado de vender o último frasco de álcool gel".
O custo-benefício também foi pensado pela advogada, que só não entrou em contato com farmácias de outros bairros porque o preço para entrega acaba sendo maior devido à distância. Como opção, após uma extensa procura, ela conseguiu adquirir apenas máscaras por unidade - custando R$ 1 - em um estabelecimento da região.
"Eu estou bem preocupada. Principalmente por causa da minha profissão. Eu lido diariamente com um público de todas as idades e fico direto em locais públicos, como o Fórum. Estou seguindo os cuidados básicos de lavar a mão, usar lenços", disse.
Farmacêuticos
Depois da confirmação do primeiro caso suspeito do corona vírus em Alagoas a demanda aumentou, segundo o farmacêutico José Valdo. "Depois que teve a confirmação desse caso suspeito aqui em Alagoas houve um aumento na procura por álcool em gel e por máscaras. O pessoal está assustado achando que é um surto. Hoje um só cliente levou todo o meu estoque de máscaras. Cinco caixas com cerca de 50 máscaras em cada uma delas", relatou o farmacêutico.
"Está faltando em várias farmácias vizinhas a minha, e quando entramos em contato com os distribuidores, eles falam que não têm o produto para vender. E complica, porque entre janeiro e fevereiro os fabricantes costumam entrar em recesso.Você junta isso ao fato das pessoas estarem comprando em massa e chega na situação que estamos", contou o José Valdo, que completou: "talvez a situação normalize a partir do dia 15 de março. É o que eles dizem."
Para Misael Araújo, que é dono de duas farmácias no município de Marechal Deodoro, os estoques acabaram e não há como repor. "Não estamos conseguindo comprar para revender. A indústria possui tempo para produção e a demanda está muito alta, o pessoal está com medo e acaba comprando tudo que a gente tem em estoque. Essa procura toda foi após a confirmação do caso aqui em Alagoas", disse o farmacêutico.
Conselho Regional de Farmácia
O Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF/AL) informou que o comércio foi pego de surpresa pela alta procura por máscaras e álcool em gel. "O comércio de forma geral, incluindo indústrias e distribuidoras, foram pegos de surpresa por essa demanda. No início do mês já tinha aumentado a procura, quando confirmou a suspeita aqui no estado as pessoas começaram a correr procurando esses produtos", relatou o presidente do conselho Regional de Farmácia de Alagoas, Robert Nicácio.
"Só podemos informar que o pânico não é necessário. Até porque o uso desses produtos, por si só, não impedem o contágio. Lembrem de lavar sempre as mãos, de evitar locais com aglomerações de pessoas e manter o cuidado com as mãos na hora de tocar nas mucosas, como olhos, bocas e nariz. Tenham cuidado com asfake news. Procurem os casos confirmados, não criem pânico sem necessidade", informou o presidente do CRF/AL.