O salto no número de casos de Covid-19, em Arapiraca, fez o prefeito da cidade Rogério Teófilo (PSDB), em um vídeo, fazer mais uma apelo ao Governo Renan Filho (MDB). Segundo o último boletim, a cidade tem 324 casos confirmados e 11 óbitos. Com apenas 32 leitos disponíveis, pode colapsar nos próximos dias. Em seu pedido de socorro, o gestor revelou promessas, como um hospital de campanha, que só existem nas redes sociais, e, até o momento, não teve nenhuma resposta.
"Isso deixa mais evidente a necessidade do aumento da estrutura de média e da alta complexidade. Há varias semanas, temos oferecido parceria. Não tenho recebido nenhum resposta de onde e quando o hospital, que só foi prometido na rede social, será construído. Hoje, o Governo só oferece 32 leitos, um leito para cada 7.500 habitantes. Fica ainda mais difícil quando isso é para atender 46 cidades do Agreste e do Sertão", destacou o prefeito.
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Segundo Teófilo, o contágio e lotação da unidade de referência só não foram piores por conta do trabalho preventivo adotado por toda a equipe junto à população, com oferta de testagens, visitas, isolamentos e tratamentos.
Mesmo assim, a tendência de crescimento preocupa a prefeitura. Teófilo não hesitou em responsabilizar o Governo diante da possibilidade do colapso no atendimento, seguido do aumento do número de óbitos.
"Sem a devida atenção do Governo, essa batalha será muito mais difícil. Com o crescimento exponencial do número de casos em Alagoas, a quantidade de pessoas que precisarão de internação também vai aumentar. E os dias a mais de falta de ação do Governo do Estado, com o povo de Arapiraca, podem resultar vidas a menos em nossa cidade", afirmou o prefeito.
Teófilo pediu união para o combate à Covid-19, mas estranhou o silêncio das autoridades em Saúde de Alagoas. Enquanto a capital recebeu, em um mês, um segundo Centro de Triagem de Síndromes Gripais, um Hospital Metropolitano e um Hospital de Campanha, a segunda maior cidade de Alagoas continua com a mesma estrutura do início da pandemia.
Repercussão
Na semana passada, a estrutura do Hospital de Emergência do Agreste (HEA) foi exposta numa visita surpresa pelo Sindicato dos trabalhadores da Saúde, Previdência, Seguro Social e Assistência Social de Alagoas (Sindprev-AL). Os sindicalistas flagraram falta de substituição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) junto aos trabalhadores da cozinha, que atuam em condições insalubres ao lado de um terreno com fossa estourada.
Num outro espaço, o lixo contaminado, decorrente do atendimento diário a pacientes com coronavírus, amontoava-se sem o devido tratamento e expondo os trabalhadores ao contágio permanente. O caso, inclusive, será denunciado ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
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