Que o Estado concretize o apoio a Maceió, em favor dos que mais precisam
Abismo social e empobrecimento de significativa parcela dos maceioenses são desafios gigantescos
Acaba de ser lançado em Genebra, na Suíça, o mais novo relatório do Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários. O documento enfoca o grave problema de aumento global da pobreza extrema, após 22 anos. Trata de países, cuja população haverá de ser mais impactada por mudanças climáticas, conflitos armados, fome e dificuldades criadas pela Covid-19.
No Brasil, há em torno de 13,8 milhões de pessoas enquadradas na situação de pobreza extrema. Se 2019 fechou, pelo IBGE, incorporando mais 170 mil brasileiros nesse quadro degradante, vamos então concluir este ano com cerca de 7% da população nesse universo de miserabilidade, que é o sobrevivente com menos de 1,9 dólar diário no bolso.
Em Alagoas, a situação de vulnerabilidade social de parcela da população possui, lamentavelmente, longa história e destacado registro nas estatísticas. Tanto é verdade que o Estado instituiu, há 16 anos, o Fundo de Erradicação e Combate à Pobreza.
Infelizmente, o índice continua em ascensão: de 12,5% em 2015, pulou para 15% dos alagoanos quatro anos depois, mais que o dobro da média nacional, segundo o IBGE. O aumento da legião de desvalidos em Alagoas impressiona tanto quanto o montante arrecadado pelo FECOEP.
Pelos dados contidos no Portal da Transparência do Estado, em 2018, o FECOEP recebeu R$ 249 milhões; em 2019, R$ 289 milhões, e, até novembro deste ano, R$ 229 milhões. O Poder Legislativo já andou cobrando do governo Renan Filho um plano de combate à pobreza, até para otimizar o direcionamento dos recursos arrecadados para tal finalidade.
Pelos dados aferidos, Maceió possui quase duzentos mil habitantes em condições de extrema pobreza. O abismo social e o empobrecimento de significativa parcela dos maceioenses são desafios gigantescos que o prefeito JHC vai se defrontar.
O que se espera do governo do Estado, através do FECOEP, é a viabilização de uma efetiva política de acolhimento aos desamparados na capital. E que o governador cumpra a promessa de avançar na parceria com o município, tão reverberada no recente guia eleitoral.
Ao aportar recursos em favor dos desprotegidos em Maceió, estará não só fazendo justiça e agindo com correção, mas exorcizando a suspeita de que tudo não passava de mera promessa eleitoreira.
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