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Ministro do Meio Ambiente rebate manifesto de cientista europeus

Manifesto assinado por 602 pesquisadores foi publicado na 'Science'. Grupo cobra a proteção dos direitos indígenas e a redução do desmatamento

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, rebateu nesta sexta-feira (26) um manifesto assinado por mais de 600 cientistas que pede à União Europeia que as negociações comerciais com o Brasil sejam condicionadas à sustentabilidade e que o bloco pare de "importar desmatamento".

Em entrevista à GloboNews, Salles afirmou que o manifesto não tem "credibilidade" e que trata-se de uma "discussão comercial disfarçada". O texto criticado pelo ministro, assinado por 602 cientistas, levou um mês e meio para ser escrito e foi publicado na renomada revista científica "Science".

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Manifesto pede à Europa que negociações com Brasil sejam condicionadas à sustentabilidade

Durante a entrevista, o ministro disse que o "Brasil é exemplo de sustentabilidade" e que o "problema ambiental brasileiro está nas cidades, e não no campo". Segundo ele, o agronegócio brasileiro "é o mais comprometido com a preservação do meio ambiente no mundo".

Salles também afirmou ainda que, em comparação com outros países, "nós é que somos exemplo de cuidado com o meio ambiente"

"Nenhum desses países europeus faz nem de longe o que o agronegócio brasileiro faz pelo meio ambiente. (...) Nós é que mostramos como é que se faz?"- Ricardo Salles, ministro do meio ambiente

Detalhamento do manifesto

E começa assim: "O Brasil, que abriga uma das últimas grandes florestas do planeta, está em negociações com o seu segundo maior parceiro comercial, a União Europeia. Nós incitamos o bloco europeu a aproveitar essa oportunidade para garantir que o Brasil proteja os direitos humanos e o meio ambiente".

Um dos autores do manifesto, o brasileiro Tiago Reis, falou sobre a carta: "Nós temos assistido uma perda de eficiência e eficácia na política ambiental brasileira já no ultimo governo, mas de fato o que é mais preocupante no atual governo é um desmonte deliberado, sistemático, de toda essa institucionalidade da política ambiental. Você tem um discurso a favor da ilegalidade e, ao mesmo tempo, essas medidas concretas como eu disse: a transferência de agências importantes, o fechamento de equipes inteiras que trabalhavam com fiscalização, com monitoramento do desmatamento."

Os cientistas argumentam que as florestas, os pântanos e as savanas do Brasil são cruciais para o clima e a natureza do planeta. E esperam que as instituições europeias respeitem três condições: a proteção dos direitos indígenas, a redução do desmatamento e a participação das comunidades locais nos acordos comerciais.

"As regras que valem para a produção europeia aqui na Europa precisam valer também para o que a Europa consome, porque esse consumo está causando essa destruição e essas violações", diz Reis.

A carta lembra, ainda, que em 2011, o Brasil desmatou mil km² para produzir a quantidade de carne e ração exportadas para União Europeia. Uma área equivalente a 300 campos de futebol por dia.

Só no ano passado, segundo um levantamento da Universidade de Maryland, nos EUA, mais de um milhão de hectares de florestas primárias desapareceram no país. A ONG WWF, que luta pela preservação ambiental, acredita que não há solução local ou global sem mudanças urgentes no Brasil.

"O Brasil é uma potência em termos de conservação e biodiversidade e é uma potência em produção de alimentos. E essas coisas podem sim caminhar juntas. Eu acho que a gente respeitar a questão ambiental e social do Brasil nos garante uma posição privilegiada em vários mercados", diz Mariana Napolitano Ferreira, Gerente de Ciências da WWF Brasil.

O Ministério do Meio Ambiente disse em nota que em nenhum país do mundo os produtores rurais preservam mais o meio ambiente do que no Brasil e que os assinantes do manifesto deveriam antes olhar para o que fizeram em seus próprios países.

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