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'Me senti um prisioneiro', diz Lula sobre condução coercitiva em SP

Ex-presidente foi levado até a PF para depor na Lava Jato

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na tarde desta sexta-feira (4) que se sentiu preso ao ter sido levado coercitivamente para prestar depoimento à Polícia Federal. Ele depôs no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo e, em seguida, foi à sede nacional do PT, no Centro da capital paulista, fazer pronunciamento. Lula disse que 'não estão permitindo' a presidente Dilma Rousseff governe esse país. E concluiu o discurso que "quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. Quero dizer que a jararaca está viva".

"Me senti prisioneiro hoje de manhã", afirmou durante pronunciamento na sede do Partido dos Trabalhadores (PT), no Centro da capital paulista. "Já passei por muita coisa na minha vida. Não sou homem de guardar mágoa, mas nosso país não pode continuar assim."

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Ele acrescentou que "jamais se recusaria a prestar depoimento. Não precisaria ter mandado uma coerção". "Era só ter convidado. Antes deles nós já éramos democratas". "Se o juiz [Sérgio] Moro e o Ministério Público quisessem me ouvir, era só ter me mandado um ofício e eu ia como sempre fui porque não devo e não temo", declarou.

Lula criticou parte da Justiça. "Enquanto os advogados não sabiam nada, alguns meios de comunicação já sabiam. É lamentável que uma parcela do poder Judiciário brasileiro esteja trabalhando em associação com a imprensa". Ele acrescentou: "Antigamente você tinha a denúncia de um crime, ia investigar se existia e prender o criminoso. Hoje a primeira coisa que se faz é determinar quem é o criminoso".

Ele acrescentou para pedir perdão aos parentes. "Queria pedir desculpas a Marisa e meus filhos pelos transtornos que eles passaram", disse. "Não há nenhuma explicação de irem atrás dos meus filhos a não ser deles serem meus filhos".

Lula comentou a crise política. "Eu deixei a Presidência e achei que tinha cumprido com a minha tarefa. Ao eleger a Dilma achei que tinha consagrado minha tarefa. Me considera "bibom", e depois "tribom" quando reelegi a Dilma. Desde 23 de outubro de 2014 não permitem que a Dilma governe esse país".

Valor das palestras

O presidente justificou o alto valor de suas palestras. "Ninguém queria que eu discutisse sexo dos anjos. As pessoas queriam que o Lula falasse das coisas que fez no Brasil. Que milagre fez para aprovar o Prouni, o Fies, para levar energia a 15 milhões de pobres nesse país", disse.

"Por isso me transformei no conferencista mais caro do mundo junto com o Bill Clinton [ex-presidente dos EUA]. Várias empresas que agenciam professores, todo mundo queria me empresariar. Aqui no Instituto quem vai empresariar somos nós do Instituto. E quando vai cobrar vai cobrar igual o Clinton", disse. "Não tenho complexo de vira-lata. Eu sei o que fiz pelo país".

Ele voltou a dizer que é inocente, "Fiquei indignado com esse processo de suspeição. Se a PF encontrar um real de desvio na minha conduta, eu não mereço ser desse partido". "O que fizeram com esse ato hoje foi fazer que, a partir da semana que vem, me convidem que eu estarei disposto a andar esse país".

O ex-presidente criticou a mídia pelas reportagens sobre as investigações da Lava Jato. Ele citou um barco supostamente de sua mulher, Marisa Letícia, e pedalinhos em um sítio em Atibaia. Sobre o terreno, disse: "Uso a chácara de um amigo porque os inimigos não me oferecem".

Ele finalizou dizendo que está ativo. "Quero que vocês saibam que, embora tenha me ofendido, quero dizer que a jararaca está viva."

Depoimento

Lula depôs no pavilhão das autoridades do aeroporto por mais de três horas. Lula seguiu para a sede do diretório do Partido dos Trabalhadores, no Centro de São Paulo.

A notícia que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi conduzido coercitivamente por policiais federais para prestar depoimento pela 24ª fase da Operação Lava Jato na manhã desta sexta-feira (4) se espalhou rapidamente e movimentou a frente do prédio onde reside o petista, em São Bernardo do Campo, no ABC, e o saguão do Aeroporto de Congonhas.

Após o fim do depoimento, uma grande confusão se instalou na frente do aeroporto. Um grupo de manifestantes pró-Lula gritava frases como "Não vai ter golpe" e "Lula guerreiro do povo brasileiro". Grupos contra o governo levaram bonecos com a figura de Lula como presidiário ao aeroporto.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, divulgou uma nota no início da tarde na qual diz que a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um "ataque à democracia e à Constituição".

Vários manifestantes pró e contra Lula se reuniram no edifício na Avenida Prestes Maia desde cedo e houve diversos momentos de confusão. Enquanto a vizinhança gritava "Fora Lula" e "Fora PT", carros passavam buzinando em apoio à manifestação. A via está totalmente bloqueada, nos dois sentidos. Por volta das 7h30, um grupo de sindicalistas que apoiam o ex-presidente agrediu um fotógrafo que apoiou o protesto. "Levei socos, tapas e chutes", contou o fotógrafo independente, de 50 anos, que não quis se identificar.

Com a chegada da Polícia Militar, Guarda Civil Municipal e Polícia Federal os ânimos se acalmaram um pouco. Mas a tranquilidade não durou muito tempo. Até as 9h, o G1 acompanhou pelo menos 10 tumultos. A todo instante policiais precisam intervir nas discussões.

Uma mulher que passava pelo local de carro teve o veículo atingido por arranjo de flores, jogado por um grupo pró Lula. Os manifestantes contrários ao ex-presidente reagiram e ocorreu mais uma briga.

Fogos de artifício também foram soltos em frente ao prédio de Lula. Segundo os manifestantes, foi um ato em comemoração à condução coercitiva do ex-presidente para prestar depoimento à PF. Por volta das 9h50, houve um tumulto generalizado e mais briga. Policiais militares usaram cassetetes e pelo menos um homem foi ferido.

De acordo com o major da PM Fábio, dois homens também foram detidos. Um deles por racismo, por ter chamado um petista de "macaco", e outros dois por agressão - um por ter batido em manifestante e outro por ter agredido um policial. Os três detidos foram levados para a delegacia.

Confusão em Congonhas

Cerca de 50 pessoas se reúnem em frente à delegacia da Polícia Federal, no Aeroporto de Congonhas, na manhã desta sexta-feira fazendo fotos e gritando frases contra o PT, como "ladrão", "algema" e "a bandeira nunca será vermelha". Um homem começou a fazer um "L" com as mãos e começou a bater no peito, demonstrando orgulho por ter votado em Lula.

Em seguida, ele começou a ser criticado e trocar insultos com pessoas que se manifestavam contra o ex-presidente. Houve um tumulto e seguranças da PF separaram os grupos. A PM  informou ao G1 que está com 50 policiais militares no aeroporto, incluindo os que estão no prédio das autoridades.

O vereador do PSDB Jamil Murad foi até a frente da delegacia e começou a ser chamado de "vagabundo" e "bandido" pelos manifestantes. "O Brasil está entrando em um regime de golpe, isso aqui é um golpe, um golpe jurídico contra quem foi eleito legitimamente presidente. Eles querem interromper o mandato da presidente e querer cassar aqueles que defendem o Brasil", disse ele.

O político filiado ao PT Devanir Ribeiro esteve na delegacia e também saiu protegido por policiais, porque as pessoas começaram a gritar contra ele. Dois grupos fazem protestos no local, contra o ex-presidente Lula. Um deles no saguão, e outro em frente ao prédio onde autoridades são recebidas e onde o petista é ouvido pela PF.

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