O veterano fiscal de Renda, Irineu Torres - que denunciou o esquema das Letras do Tesouro Estadual que resultou em prejuízos de R$ 50 milhões ao cofres estaduais na gestão do então do ex- governador Divaldo Suruagy -, será eleito neste sábado (19) pela quinta vez, presidente do Sindicato dos Fiscais de Renda de Alagoas (Sindifisco). Cerca de 600 auditores fiscais da receita estadual devem ir às urnas para eleger a nova composição da diretoria executiva e do conselho fiscal do Sindicato para o biênio 2020/2021. Torres volta ao Sindifisco no momento que o governador Renan Filho se recusa a discutir o aumento salarial para o funcionalismo público.
A eleição acontece das 8h às 17h, na sede da entidade, no Trapiche da Barra. Irineu foi escolhido pela categoria e atual gestão do sindicato, como candidato de consenso. Desta forma, ele voltará a presidir o sindicato pela quinta vez, após ter liderado a categoria durante o período de 1992 a 1999. O período foi considerado como um dos mais turbulentos da economia estadual. A gestão do governo estadual era tão confusa que os servidores chegaram a ficar mais de nove meses com salários atrasados.
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O desespero do funcionalismo levou alguns ao suicídio. Irineu chegou a ser ameaçado e andou com proteção policial. Também veterano no movimento sindical, o servidor, segundo a atual presidente do Sindifisco, Lucia Beltrão, teve papel preponderante no episódio do escândalo das Letras do Tesouro Estadual e na investigação do assassinato do tributarista Sílvio Vianna. O crime permanece sem explicação convincente para a sociedade. Silvio Viana morreu numa emboscada quando combatia a sonegação fiscal praticada por setores fortes da economia alagoana.
A categoria atribui a ele, a superação de dificuldades do sindicato no relacionamento com os gestores estaduais. Também é considerado como um dos principais articuladores na construção da imagem e da reputação que o Sindifisco tem hoje com as categorias de servidores.
Para atual presidente do Sindicato, Lúcia Beltrão, o fato de haver apenas uma chapa concorrendo ao pleito reflete/ a unidade fiscal e referenda a credibilidade que a categoria deposita no sindicato.
Lúcia Beltrão, permanecerá no Sindicato. Ocupará o cargo de 1ª secretária na gestão de Irineu Torres, e destaca a importância da categoria permanecer unida no momento que gestão do governo Renan Filho se recusa em discutir política salarial com o funcionalismo. "Somos todos auditores fiscais, somos todos Sindifisco e permaneceremos unidos para enfrentar com dignidade e elevada autoestima os problemas que virão", resumiu.
Também fazem parte da nova composição do Sindicato dos Fiscais de Renda de Alagoas nomes conhecidos no cenário político local, como o ex-deputado estadual Antônio Carlos Resende (Cacalo), o ex-vereador por Maceió e vice-presidente do sindicato em diversos períodos, Aderval Viana, e a também ex-presidente da entidade por duas gestões consecutivas Olga Miranda.