O futuro da economia digital foi o foco das discussões na edição do G20 que aconteceu em Maceió, com a presença de 40 delegações de outros países. O evento, que termina nesta sexta-feira (13), abordou a integração global na era digital, como a conectividade significativa, o combate à desinformação e a implementação da TV Digital 3.0 no Brasil, dentre outros assuntos.
Na manhã de hoje, foi realizada coletiva de imprensa que reuniu importantes figuras do governo brasileiro, incluindo os ministros Juscelino Filho (Comunicações), Esther Dweck (Gestão, Inovação e Serviços Públicos), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), o secretário de Políticas Digitais João Brant, o prefeito de Maceió, JHC, e o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Alagoas, Silvio Bulhões.
Leia também
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, destacou a importância da conectividade significativa e universal para o desenvolvimento do Brasil.
“Esse tema da conectividade significativa universal é um dos desafios da nossa gestão, e o presidente Lula tem colocado como prioridade”, afirmou. O ministro ressaltou a criação do novo eixo no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que prevê mais de R$ 8 bilhões em investimentos até 2026 para inclusão digital e conectividade.
Segundo o ministro, o Brasil é considerado um país conectado, com quase 90% da população com acesso à internet, mas que o desafio da atual gestão é nas áreas rurais e remotas.
“Esses 10% de brasileiros que não têm infraestrutura, se não houver um governo com olhar social, continuarão na escuridão. Estamos trabalhando para levar internet, acesso digital e serviços de governo para todos os brasileiros”, completou.
O ministro destacou ainda o papel da conectividade na educação, com a estratégia nacional das escolas conectadas, para levar banda larga para todas as 138 mil escolas públicas do país e também na área da saúde, com a telemedicina.
“Isso permite que o médico chegue às pessoas em regiões remotas, onde a presença física não é possível. Mas isso só será viável com infraestrutura adequada”, disse.
A chegada da TV Digital 3.0 no Brasil também foi abordada pelo ministro das Comunicações. Ele disse que a nova tecnologia é considerada a nova geração da TV brasileira. O ministro explicou que o governo está trabalhando para definir o padrão tecnológico da TV 3.0 até o final deste ano.
“Estamos analisando as tecnologias implantadas em países desenvolvidos para adaptá-las à realidade regional da América Latina, já que essa tecnologia que o Brasil define, provavelmente, será uma tecnologia predominante na América Latina”, esclareceu o ministro.
Conforme explicou, a TV 3.0 promete oferecer uma qualidade superior de imagem, com resolução 8K e som imersivo, além de proporcionar interatividade para os telespectadores.
“A internet será um incremento significativo, abrindo novas oportunidades de publicidade e mídia para a população. Não teremos mais canais numéricos, mas sim uma interface baseada em aplicativos”, detalhou Juscelino Filho, ressaltando que essa evolução será gratuita e de fácil acesso para todos os brasileiros.
Na ocasião, o secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, João Brant, falou sobre combate à desinformação e ao discurso de ódio que foi pautado nesta edição do G20.
“Pela primeira vez o G20 pautou esse tema, que atinge todas as economias do mundo. A confiança na economia digital gera instabilidade política e econômica, afetando a condição de vida dos cidadãos desses países que representam 80% do PIB mundial, mais de 60% da população e mais de 75% das importações. O mundo está ciente do impacto da desinformação e do discurso de ódio e vamos comemorar um resultado positivo pela possibilidade de ter chegado a um consenso de alto nível sobre o diagnóstico desse problema, soluções para lidar e como a gente pode dar os próximos passos”, afirma.
A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, enfatizou o papel estratégico do Brasil no cenário global da economia digital. “Este encontro do G20 é um momento de liderança do Brasil, que busca a integração com o mundo por meio da paz, solidariedade e cooperação. A economia digital é fundamental para o futuro, e a inteligência digital vai impactar enormemente as relações econômicas e sociais”, destacou.
Luciana Santos também falou sobre o potencial brasileiro no armazenamento e uso de dados. “O Brasil concentra um volume significativo de dados de instituições, como a Embrapa, Datasus e Receita Federal. Além disso, nosso computador Santos Dumont será o quinto mais potente do mundo, o que vai beneficiar enormemente nossos sistemas de informação”, revelou a ministra.
Já a ministra de Gestão, Inovação e Serviços Públicos, Esther Dweck, apresentou dois pontos principais que estão sendo trabalhados pelo Brasil no G20. O primeiro é a implementação da nova carteira de identidade, que será física e digital, com a meta de emitir 150 milhões de documentos.
O segundo ponto é a integração dos sistemas públicos e privados para o compartilhamento de dados. “Trouxemos as melhores práticas do G20 para aplicar no Brasil, sempre com o objetivo de consolidar a economia digital e melhorar a vida dos brasileiros”, destacou a ministra.