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Exploração desenfreada ameaça as reservas subterrâneas de água de Alagoas

Companhia de Saneamento de Alagoas não tem o controle dos poços particulares

Estima-se que mais de 40% da população de Maceió (1,1 milhão de habitantes) enfrenta sérios problemas de abastecimento de água pela Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal). O problema ocorre, inclusive, em áreas nobres. Além dos Sistemas Catolé e Pratagy, que não conseguem atender a demanda, a Casal utiliza uma bateria de poços. Dos 296 que a autarquia perfurou no estado, 217 estão espalhados pelos bairros da capital na tentativa de minorar os problemas e 76 no interior.

O gerente de Manutenção da Casal, Tales Cabral, não especificou o volume de água explorada por conta da vazão variada de cada unidade. Confirma, porém, que, no interior além dos poços da Casal, muitas prefeituras têm os seus. "A Casal garante a manutenção dos poços que opera, 76 deles foram perfurados no interior e os demais [218 poços] estão na capital".

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Ao ser questionado a respeito da grande quantidade de poços na capital, Tales explicou que alguns foram perfurados em regiões de difícil acesso, onde há muita dificuldade de se levar água dos mananciais de superfície. Um projeto neste sentido seria muito oneroso.

"A perfuração, além de ser bem mais barato, é ágil. A explosão demográfica ocorre de forma mais rápida que a capacidade de processar a construção de sistema de abastecimento de água das comunidades", justificou o gerente de Manutenção da Casal ao explicar a opção de exploração de água subterrânea. A Casal não tem o controle dos poços particulares. A responsabilidade de controle, fiscalização e outorgas é da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).

FOSSAS SUMIDORAS

A falta de saneamento ou a improvisação com fossas sanitárias "sumidoras" (enterradas na parte arenosa do solo em substituição à rede coletora de esgoto) na maioria dos 102 municípios, a exploração indevida, falta de fiscalização técnica e competente de água subterrânea, a proliferação de perfurações de poços clandestinos são ameaças constantes aos aquíferos, principalmente, os de Maceió.

Quem revela é o especialista em Geologia, mestre e professor de Hidrologia e Geologia, Ricardo Queiroz, ao lembrar que a própria Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos deve manter o monitoramento de poços outorgados. Todo poço, outorgado, público e particular precisa de acompanhamento mensal e semestral do volume extraído.

Existe uma portaria estadual neste sentido, lembra o especialista. Ele tem dúvida da eficiência do controle por falta de relatórios elaborados por profissionais de Hidrogeologia, competentes no assunto relativo à água subterrânea. Ele percebe que "nem sempre o monitoramento é confiável. Só o profissional que lida com água subterrânea e quem domina a área de Hidrogeologia e tem condições de avaliar a exploração do aquífero, mensurar o nível, a qualidade e a necessidade de manutenção".

Na área de Maceió, tem dois aquíferos, um em cima do outro. Tem pontos que eles se unem. No ponto que fica um em cima do outro, existem camadas de argila espessa que os separam. Ricardo Queiroz não soube precisar o volume. Tem um terceiro, mais profundo, identificado como aquífero "Porção", que é explorado por poucas empresas, dentre elas, Braskem e Casal.

Este aquífero fica a 350 metros, em média, de profundidade. Alguns poços foram utilizados na atividade de mineração de sal-gema pela Braskem, que perfurou cerca de 40 poços. Todos estão paralisados.

O especialista afirmou que a utilização deles não compromete o abastecimento da cidade. "No aquífero, existe o que se chama de reserva reguladora, formado por água da chuva, que entra na terra. Neste momento, as reservas estão cheias. O que se deve fazer, mesmo assim, é extrair água dessas reservas reguladoras com controle".

Como exemplo, ele explicou que "vamos dizer que entra um milhão de metros cúbicos por dia em toda Maceió. Só se deve extrair até um milhão de metros cúbicos. Se tirar mais, ameaça esta reserva estratégica e compromete o futuro, em caso de colapso no abastecimento", explicou o especialista à Gazeta.

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