À medida que a nova legislatura na Assembleia Legislativa Estadual (ALE) se aproxima e consequentemente a eleição para a nova mesa diretora da Casa, em 1º de fevereiro, a formação do governo de Renan Filho (MDB) começa a passar por modificações. Os acordos podem envolver até mesmo vaga a ser aberta no Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Há uma disputa política para a formação da bancada de apoio no Legislativo estadual e que passa pelo nome do deputado Olavo Calheiros (MDB), tio do governador, como candidato a presidente do poder em disputa contra o atual 1º secretário, parlamentar Marcelo Victor (SD), que a cada dia tem procurado demonstrar apoio público de diversos parlamentares ao nome dele.
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O próprio chefe do Executivo já confirmou que a constituição do secretariado estadual deve ser consolidada, mas somente após o início das atividades parlamentares, em fevereiro. No início da noite da última sexta-feira, Renan Filho exonerou de uma só vez os secretários da Cultura, Melina Freitas, sobrinha do deputado estadual Inácio Loiola (PDT) e filha do desembargador Washington Luiz e do Desenvolvimento Social, Fernando Pereira, irmão da deputada Jó Pereira (MDB), praticamente três dias após ter nomeados os dois para a segunda gestão dele no governo.
A demissão se deu por meio de uma edição extra do Diário Oficial do Estado. Por coincidência, os dois parlamentares, Loiola e Pereira, participaram do registro fotográfico divulgado pelo deputado Marcelo Victor como demonstração de apoio à candidatura dele à presidência da ALE e que contou a presença de 19 deputados na foto - o Legislativo é composto por 27 parlamentares.
Assessores do governo negaram que o fatos tinham ligação, mas, nos bastidores do Legislativo, declarações atestam que a situação vai ainda mais além. Além de tentar emplacar o tio Calheiros comando do Legislativo, os acordos em tratativas devem assegurar ainda o nome Olavo para vaga que deve ser aberta no Tribunal de Contas do Estado (TCE) para indicação do Legislativo.
Nesse caso, o espaço poderá ser aberto com o desfecho do caso envolvendo o conselheiro Cícero Amélio, afastado do cargo há dois anos por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) por irregularidades que ele teria cometido quando presidia a corte de contas e também condenado a perda do cargo em sentença já julgada pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5).
Antes da demissão dos ex-secretários de Cultura e Desenvolvimento Social, o comando do Detran, do Corpo de Bombeiros e do Gabinete Civil já tinha sofrido baixas com a saída de seus titulares, antes mesmo de o governador promover alterações.