A crise que afeta 42 mil maceionses dos bairros do Pinheiro, Mutange, Bom Parto e Bebedouro foi o tema escolhido pelo candidato Davi Davino Filho (Progressistas) para denunciar o que considerou abandono do Governo do Estado e da Prefeitura de Maceió. No texto apresentado no guia eleitoral desta noite, ele se refere, indiretamente, aos adversários Alfredo Gaspar (MDB) - que é apadrinhado de Rui Palmeira e Renan Filho - e João Henrique Caldas (PSB), a quem acusou de ter recebido dinheiro da empresa em campanhas anteriores.
"É inadmissível que a Prefeitura e o Governo do Estado tenham ficado de braços cruzados diante dessa tragédia. E que, agora, na eleição, o candidato deles (Alfredo) pose como o cara que vai resolver. Como também, o outro candidato (JHC), que recebeu ajuda da Braskem para a sua campanha, encarne agora o indignado", disse Davino, sem citar o nome dos concorrentes.
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A fala de Davino ocorre em meio a imagens aéreas que mostram o abandono dos dois bairros e após o relato de alguns dos moradores vítimas das rachaduras. Antes, um áudio de outro morador - com a voz embargada - relatando o fato de ter deixado o imóvel e ido morar de aluguel, "para começar a vida do zero", também chamou a atenção.
Depois disso, Davino surge com uma imagem altiva, falando de forma mais dura, fugindo à sua característica até então, para apontar responsabilidades e provocar o questionamento dos espectadores. A música de fundo (background), típica de denúncia, ajuda a dimensionar a gravidade da fala e da situação.
"Chega de oportunismo eleitoral! Para resolver esse problema, não existe mágica. É preciso a união de todos e força política para cobrar da Braskem uma solução definitiva. Por isso, como prefeito, não vou transferir responsabilidade; vou liderar esse assunto e tomar quatro providências assim que assumir: exigir que a Braskem preencha todas as minas, criar um núcleo jurídico para exigir agilidade nas indenizações, cobrar indenização dos prejuízos causados ao Município e apoiar os mais de 3 mil comerciantes que foram prejudicados na região", arremata Davi.
O guia relembra sua atuação como deputado estadual, destacando que foi um dos primeiros parlamentares a cobrar responsabilidades da Braskem quando o problema ganhou repercussão.
Na oportunidade, Davi explicou, com mais detalhes, por que pretende cobrar indenização para o Município. Conforme lembrou, os bairros tinham equipamentos municipais, como hospitais, postos, escolas, praças e parques, que foram feitos com dinheiro dos impostos.
"Isso, sem falar no VLT [Veículo Leve sobre Trilhos] que atendia a 12 mil pessoas por dia e teve o seu trajeto interrompido. Vamos usar a nossa força política em Brasília e unir Município e Estado nessa cruzada contra a Braskem", concluiu Davi.
Outro lado
A reportagem daGazetawebmanteve contato com as assessorias dos candidatos Alfredo Gaspar de Mendonça e JHC, via App de mensagem. O candidato do PSB estava reunido com sua assessoria para avaliar o que foi revelado. Já a assessoria de Alfredo, mesmo tendo visualizado nosso pedido de um posicionamento, não emitiu nenhuma resposta.