A candidata a vereadora por Maceió, Alycia da Bancada Negra (PT), esteve na sede da Polícia Federal (PF), nesta sexta-feira (20), para denunciar ameaças de morte e de estupro recebidas em seu e-mail pessoal. A mensagem, enviada de forma anônima, possui conteúdo misógeno e racista. O caso deve ser investigado.
O e-mail trazia, além das ameaças, alguns dados pessoais da candidata, dando a entender que a pessoa que enviou tem conhecimento da vida da professora - que é representante da Bancada Negra na capital alagoana.
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“Enquanto você ganha um salário de vereadora apenas por ser uma macaca, eu estou desempregado… eu juro que vou comprar uma pistola 9 mm aqui em São Paulo e vou comprar uma passagem só de ida para Maceió e vou te matar. Eu já tenho todos os seus dados e da sua família e vou aparecer aí na sua casa”, diz trecho da mensagem.
Em outra parte do e-mail, a pessoa diz que vai estuprar a candidata. “Eu vou te estuprar e te matar dentro da sua própria casa, sua vadia. Macaca de merda. Vou te degolar e matar todos que estiverem com você. Não adianta me denunciar. Eu saberei”, diz outro trecho do e-mail recebido pela candidata.
Nas redes sociais, Alycia postou um vídeo, ao lado de dois advogados, em frente à sede da PF. Ela disse que esse tipo de violência é comum com candidatas negras em todo o Brasil e parte de pessoas que se incomodam com a atuação de políticos com esse perfil.
“Estou aqui na sede da Polícia Federal porque, na noite de ontem, fui ameaçada com um e-mail anônimo. Recebi no meu e-mail pessoal um conteúdo de ameaça de estupro e de morte. Esse tipo de violência, infelizmente, é muito comum para candidatas negras em todo o Brasil. Nós somos o alvo principal dessas pessoas que enxergam que os nossos corpos não podem ocupar a política institucional. O conteúdo do e-mail é racista, misógino e nós sabemos que essas pessoas estão extremamente incomodadas com a nossa atuação política”, disse a candidata.
Por fim, ela disse que não vai parar e que a candidatura continuará nas ruas, apesar das ameaças. “Quero avisar que não vamos parar. A nossa proposta de cidade, de país, é de democracia, de inserção de mulheres negras, e que possamos acabar com essa elite extremamente atrasada, que representa a violência contra os nossos corpos. A bancada negra vai para a rua, vamos continuar nossa campanha e vamos conquistar a nossa vaga por todas as mulheres e o povo preto”, pontuou.