Após ganhar Ministério da Cidadania, Centrão mira em mais ministérios

Partidos se movimentam para promover trocas na Agricultura e no Ministério de Minas e Energia. Núcleo do governo ainda resiste a mudanças

Resolvida as negociações em torno do Ministério da Cidadania, com a nomeação do deputado João Roma (Republicanos-BA), o Centrão agora mira mais duas pastas comandadas por ministros estimados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para uma nova reforma ministerial. Após garantir vitória de aliados do governo nas presidências da Câmara e do Senado, o bloco busca abocanhar cada vez mais espaço na Esplanada dos Ministérios.

Há pressões por trocas no Ministério da Agricultura, comandado pela deputada federal licenciada Tereza Cristina (DEM-MS), e no Ministério de Minas e Energia, chefiado pelo almirante de esquadra Bento Albuquerque.

Os dois ministros são bem avaliados pelo presidente, que os elogia publicamente em diversas oportunidades. Eles integram o governo desde o início da gestão Bolsonaro. Enquanto Bento é da cota pessoal do presidente, Tereza foi um nome apresentado pela bancada do agronegócio, quando Bolsonaro ainda pretendia negociar diretamente com as bancadas temáticas.

Na Agricultura, a proposta é remanejar Tereza Cristina para o Itamaraty e abrir espaço para um nome indicado pelo Centrão. O chanceler atual, Ernesto Araújo, vem sofrendo pressões pela má condução das negociações com a China e a Índia na questão das vacinas.

Pragmático, o Centrão é também avesso à forte ideologização promovida por Ernesto na política externa brasileira e avalia que Tereza teve bons resultados ao tratar de algumas agendas internacionais, como o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, ao qual o agronegócio brasileiro tem grande interesse.

As conversas em torno dessa movimentação, porém, seguem mais nos corredores do Congresso Nacional do que no Palácio do Planalto. O vice-líder do governo Evair de Melo (PP-ES) considera que, apesar das credenciais da ministra para assumir qualquer posto no governo, o presidente não avalia a troca no momento.

“A ministra Tereza tem com certeza um dos melhores currículos e credenciais do Brasília, não só para o Itamaraty como para qualquer outro posto”, disse o deputado, que também integra a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Ele ponderou, no entanto, que não acha que o presidente “esteja avaliando essa mudança”.

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