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Ayres é cobrado na ALE por 'calote' na compra de respiradores, falta de medicamentos e mortes de intubados

Governistas tentaram blindar o secretário, que foi cobrado sobre ações, mortes e calote

No dia em que o Estado ultrapassou 4 mil mortes por Covid-19, o secretário Estadual de Saúde, Alexandre Ayres, compareceu à Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, mas não convenceu. Cobrado pelo "calote" de mais de R$ 6 milhões na compra de respiradores, que nunca chegaram, ele ainda respondeu sobre os medicamentos e o o alto número de mortes de pacientes intubados.

A base governista bem que tentou blindá-lo, mas não conseguiu evitar que ele fosse pressionado pela oposição na reunião. O primeiro desconforto, porém, foi com o deputado estadual Cabo Bebeto (PTC). Segundo o parlamentar, como o secretário sabia de sua postura crítica à gestão, assim que começou a falar, ele o interrompeu e foi apoiado pelo presidente da CS, deputado Léo Loureiro (Progressistas).

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"Não cheguei nem a perguntar nada. Quando comecei a falar, ele interrompeu e o deputado Léo não me deu a palavra. Só sei que perdi o meu tempo hoje à tarde", disse Bebeto antes de deixar a reunião. 


Com aglomeração na sala e sem transmissão pela TV Assembleia, Ayres não esclareceu detalhes sobre as 1.500 mortes por causas não identificadas em 2020 e nem o aumento de casos de síndrome respiratória aguda grave não diagnosticada como Covid-19. Quanto a misteriosa compra dos respiradores "fantasmas", ele atribuiu a responsabilidade ao Consórcio Nordeste.

Para o deputado Davi Maia (DEM), a postura adotada pelo gestor só deixa claro que existem muitas questões mal explicadas em Alagoas, que posa como sendo destaque no enfrentamento da pandemia, tanto local como nacionalmente. Ele ainda lembrou que, conforme dados da Fiocruz, de 100 pacientes intubados, 97 morrem. 

"O secretário não convenceu até porque, em momento nenhum, ele apresentou números que comprovem que Alagoas é o Estado onde mais se morre por intubação. Os respiradores não têm solução, não tem culpado, e o secretário ainda quer empurrar a culpa para o consórcio, onde o governo de Alagoas ainda faz negócio. Ou seja, o Estado levou um calote e ainda continua parceiro", disse Davi ao final da reunião.

Ayres acreditou que participaria de uma reunião apenas para apresentar uma espécie de relatório, como já consta no site da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), ou que daria o tom como costuma fazer o governador Renan Filho (MDB), nas coletivas de imprensa, apresentando Alagoas como referência nacional no combate à Covid-19.

“Só em Maceió existem mais de 200 mil pessoas aguardando por exames ou consultas. Isso não é responsabilidade da atual gestão ou da anterior, mas decorrente das dificuldades que o Brasil passa em relação à pandemia. O Estado não enfrentará problemas com os medicamentos e os kit intubação estão 100% garantidos", admitiu Ayres. 

Esclarecimentos

Nem a deputada Jó Pereira (MDB), que é do mesmo partido do governador Renan, mas tem postura independente, ficou convencida das explicações. Para ela, o mais importante é que o contato com a Casa ocorra com mais frequência, permitindo que as ações e dúvidas sejam esclarecidas sempre que necessário.

"O número de óbitos de causas não identificadas cresceu de 839, em 2019, que já é um número bastante expressivo, para 1.500, em 2020. E o secretário bem pontuou que é de responsabilidade dos municípios a investigação do óbito. Além disso, o número de síndrome respiratória aguda grave, não identificada como Covid-19, também cresceu. Nós precisamos de ações efetivas diárias e dialogadas. Se não presta atenção nas distorções, infelizment, a gente acaba avaliando o cenário de uma forma diferente", ponderou Jó. 

A parlamentar cobrou que o padrão de atendimento e acolhimento dos pacientes de Covid-19, no interior do Estado, seja o mesmo adotado pelo Hospital Metropolitano. Isto porque é comum as famílias de fora da capital sofrerem com a falta de informações sobre os pacientes que apresentam quadros mais graves.

O que disse o secretário

O secretário Alexandre Ayres ouviu os questionamentos dos parlamentares e iniciou destacando que Alagoas é o 3º Estado do País com menor número de óbitos para cada grupo de 100 mil habitantes. Ele explicou que a investigação das causas de mortes não identificadas é de responsabilidade das secretarias municipais de Saúde. “Ainda assim, comprometo-me a dialogar com os municípios”, disse. O secretário esclareceu também que os medicamentos e kits de intubação estão 100% garantidos pelo Estado, não havendo qualquer problema de abastecimento. “Em dezembro, quando vislumbramos possível desabastecimento, solicitamos a antecipação das entregas dos medicamentos contratados aos fornecedores. Alagoas tem estoque para 60 dias”.

Ayres ainda garantiu que tem dialogado com a gestão de alguns hospitais do interior e da capital, a fim de levar ações de humanização para outras unidades, não apenas para aquelas onde há o tratamento da Covid, conforme solicitou a deputada Jó Pereira. No quesito demanda reprimida, o secretário disse que as consultas e exames eletivos continuam acontecendo na rede hospitalar do Estado, como cirurgias de reconstrução mamária, ortopédicas, entre outras. “Só em Maceió, existem mais de 200 mil pessoas aguardando por exames ou consultas. Isso não é responsabilidade da atual gestão ou da anterior, mas decorrente das dificuldades porque o Brasil passa em relação à pandemia”, justificou.

Em resposta às indagações do deputado Davi Maia, o secretário de Saúde disse que os números da Fiocruz não batem e que, em reunião com gestores da saúde, estes apresentaram estudos mostrando 67% de mortes em pacientes nas UTIs, índice abaixo da média nacional, que é de 81%. Ayres também rebateu a informação de que havia servidores acumulando cargos no órgão e explicou que o governo acionou judicialmente o Consórcio Nordeste, para que responda civil, penal e administrativamente pela operação realizada na compra dos respiradores.

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