Sem nota fiscal. Sem garantias. Prejuízos. É o que os clientes das empresas alvos da operação 'Fruto Proibido' estão acumulando. Um publicitário alagoano, que não quer se identificar, foi uma das vítimas dos supostos empresários. Em entrevista exclusiva àGazetaweb, ele relata que, desde março de 2019, busca uma solução para o iPhone, que deu defeito.
O advogado do empresário entrou em contato com a redação da Gazetaweb e informou que o problema relato pela vítima foi resolvido um dia após a queixa.
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"Comprei meu aparelho iPhone e com 2 meses ele apresentou defeito, isso foi em março. Quando fui exigir a garantia oficial da Apple (que é de 1 ano para todos os aparelhos) descobri que meu smartphone não era homologado pela Anatel, e por isso precisaria de uma nota fiscal, para que eu conseguisse realizar o conserto", contou a vítima.
Foi a partir daí que o publicitário descobriu que o aparelho não estava homologado na Anatel. E, conforme o relato da vítima, o proprietário da Império do iPhone, Rodolfo Vilela Nunes, um dos alvos da operação, não forneceu a nota. Nicinho, como era conhecido, está preso.
"Ele propôs resolver de outra forma: me dando um novo aparelho. Porém, esse aparelho atrasou 3 semanas, e segunda-feira eu exigi o reembolso"(sic), disse.
Ainda conforme o relato do publicitário, o ressarcimento seria feito nesta quarta-feira, 10 de julho. "Vamos deixar marcado para quarta 16h, vou te aguardar pra te entregar a importância, se até lá chegar o x te entrego aparelho, mas já fica agendado 16h da quarta pra nos encontramos e resolvermos de um vez. Por favor, quando for leva o aparelho, junto com caixa e acessórios. Desculpe a demora em resposta, estava com problema na internet desse aparelho" [Sic], disse a mensagem de um dos proprietários ao cliente-vítima.

Só que, na manhã dessa terça-feira (9), o cliente foi surpreendido com a operação.
Procurado pela reportagem, o Grupo de Atuação Especial em Sonegação Fiscal e aos Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e Conexos (Gaesf), do Ministério Público Estadual de Alagoas (MP/AL), informou que foge da atribuição do órgão resolver esse impasse. "Ele terá que entrar com ação cível indenizatória contra a empresa e/ou pessoa física proprietária", disse o promotor Cyro Blatter.
Já o delegado Thiago Prado, que também participou da operação, orienta as vítimas a procurar os advogados dos acusados. "A pessoa deve procurar o responsável pela empresa ou respectivos advogados, para que estes possam ressarcir as vítimas. Do contrário, as mesmas terão que ajuizar ação judicial pedindo restituição do valor, mediante comprovação de pagamento", informou.