À medida que a imprensa divulgava a prisão do servidor público Benício Vieira de Lima, 46 anos, mais mulheres passaram a denunciá-lo. Até o início da tarde desta segunda-feira (15), mais de vinte crianças e adolescentes reconheceram o suspeito nas três delegacias da Polícia Civil que estão acompanhando o caso, que começou a ser investigado após a Secretaria de Estado da Saúde procurar às autoridades de segurança Pública e relatar o aumento de registros de violência sexual.
As vítimas de Benício - que é servidor público da Câmara de Vereadores de Maceió - tinham entre 11 e 17 anos, quase sempre foram abordadas nas ruas dos bairros Jacintinho e Feitosa, em Maceió, e eram forçadas a entrar em veículo e em seguida estupradas em cômodo de escritório, no Farol.
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"Nós temos 19 casos, mas após a divulgação da imagem dele na imprensa chegaram mais cinco. Algumas vítimas estão vindo para o Code, outras para a Delegacia de Crimes contra a Criança e como têm as maiores também estão indo para a Delegacia de Mulheres", afirma a delegada Ana Luiza Nogueira, gerente de Polícia Judiciária e que coordenou a operação.
O caso chegou às mãos da delegada Ana Luiza Nogueira há dois meses, depois que a Sesau recebeu muitos casos de estupros com relatos bem semelhantes, no mesmo período. "Os casos chamaram a atenção da secretaria porque havia várias meninas que procuraram para ser atendidas e fazer exames nos casos de abusos sexuais. Os relatos eram muito parecidos. Então, começamos a fazer coleta de dados. Temos a comprovação aqui que ele atuava pelo menos a partir de 2015", acrescentou Ana Luiza.
Benício Vieira ainda está sendo ouvido pela Polícia Civil e deve seguir para o sistema prisional nesta terça-feira (16). "O reconhecimento antes da prisão dele era fotográfico, mas agora o reconhecimento acontece em sala separada para não ter contato", reforçou a delegada responsável pelo caso.
A operação foi deflagrada na manhã desta segunda-feira com o apoio do Laboratório de Inteligência Cibernética do Ministério da Justiça. "Também orientamos as delegacias da Mulher e de Crimes contra a Criança, passando todos os subsídios sobre o autor. Já foi feita a perícia hoje nesse cômodo (para onde as vítimas eram levadas) e coletados vários materiais biológicos que vão subsidiar a investigação", finalizou a gerente de Polícia Judiciária.
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