Aprovados no último concurso de delegado da Polícia Civil, realizado em 2012, mas que ficaram na reserva técnica, mobilizam-se para que o governo do Estado faça a convocação do grupo, antes do término de validade da admissão, em janeiro do próximo ano. O grupo, composto por aproximadamente 30 pessoas, conta com o apoio do Sindicato dos Delegados de Polícia de Alagoas (Sindepol), que confirma carência no setor, segundo afirma o presidente da entidade, José Carlos. De acordo com ele, uma lei de 2003 prevê a necessidade de 203 delegados em todo o estado, mas apenas 120 estão devidamente na ativa.
"Atualmente estão lotados 140 delegados, mas apenas 120 estão na ativa. Os demais estão afastados e em vias de se aposentar. De fato, entre este grupo, já há 52 delegados aptos a se aposentarem este ano e mais outros 10 previstos para 2018. Caso decidam pela aposentadoria, nosso quadro será reduzido para algo em torno de 38% do que recomenda a lei, isso sem levar com consideração de que, de 2003 para cá, este dado se torna ultrapassado. A saída desses delegados pode engessar e parar o trabalho da Polícia Civil", assegura o presidente do Sindepol.
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Ele ressalta que a alegação do governo, sobre a não convocação até então dos aprovados no concurso, é a falta de recursos para bancar os novos contratados para a função. José Carlos reforça, entretanto, que o próprio governo já convocou toda a reserva técnica do último concurso para a Polícia Militar, incluindo oficiais, o que, para o sindicalista, derruba a tese de falta de recursos.
"Nós não compreendemos porquê o governo não chama os delegados, escrivães e peritos para a Polícia Civil. Como a PM é mais vista nas ruas, acabam dando mais ênfase, ao invés de também reestruturarem a Polícia Civil, responsável pela investigação de crimes", acrescenta José Carlos. Ele informou que, entre delegados, peritos e escrivães, o grupo deve ser composto por aproximadamente 80 pessoas.
Para Sidney Tenório, que está entre os aprovados na reserva técnica, a preocupação é justamente com a proximidade de encerramento do prazo para convocação, embora, conforme ele, a própria Secretaria de Segurança Pública admita a necessidade de nomeação de mais delegados. "O governo já disse que vai chamar, mas até agora nada de concreto", lamenta.
O governo, por meio de sua assessoria de comunicação, comunicou que mantém estudos sobre o impacto financeiro na folha de pagamento, que deve ser gerado caso os aprovados para delegado sejam convocados. A análise é feita pelas Secretarias de Estado do Planejamento e da Fazenda, além do gabinete civil, mas sem nada definido até o momento. "O governo deve fazer o anúncio, quanto tiver um posicionamento definido sobre a questão", completa.