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Segundo PF, pessoas ligadas a Cristiano Matheus também enriqueceram ilicitamente

Um dos laranjas do ex-prefeito teria comprado frota de 20 ônibus que roda no Estado; suspeitos participavam de diversos esquemas

Em coletiva à imprensa nesta terça-feira (9), a Polícia Federal apontou que não só o ex-prefeito Cristiano Matheus teria usufruído de recursos desviados do município de Marechal Deodoro. Além dele, pessoas próximas, amigos e parentes que atuavam como "laranjas" também enriqueceram ilicitamente.

Um dos exemplos citados pela PF foi a compra de uma empresa de transportes com frota de 20 ônibus. "Um dos laranjas dele comprou, repentinamente, uma frota de ônibus em 2016, a um custo de R$ 5 milhões, e conseguiu concessão para linhas junto à Agência Reguladora de Serviços Públicos, a Arsal", explicou o superintendente, Bernardo Gonçalves Torres.

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A empresa, ainda segundo ele, continua operando com linhas em Maceió, Paripueira e Barra de Santo Antônio. Além dele, outros laranjas também participaram de diversos esquemas, como a compra de cotas de consórcios. Seriam pessoas sem renda comprovada e que pagavam prestações mensais em torno de R$ 4 mil e R$ 5 mil.

"Alguns amigos ligados ao ex-prefeito costumavam enricar do dia para a noite na época em que ele era prefeito. A rede é extensa, mas a polícia está fazendo o seu trabalho e buscando desarticular esta organização e, se possível, apreender ou sequestrar o que foi desviado dos cofres públicos", emendou o superintendente, acrescentando que os participantes do esquema têm tentado obstruir as investigações.


				
					Segundo PF, pessoas ligadas a Cristiano Matheus também enriqueceram ilicitamente
FOTO: Dárcio Monteiro

Segundo ele, isso estaria sendo feito principalmente por meio do repasse de informações inverídicas à PF. "Percebemos que há a tentativa de obstruir os trabalhos de investigação, principalmente em transações imobiliárias e de veículos em nomes de terceiros que ainda estão sendo realizadas. Os investigados que estão sendo intimados vêm mentindo a respeito dos valores".

Outra maneira encontrada pelo grupo de desviar recursos, ainda segundo a PF, ocorre por meio de uma espécie de rodízio de propriedades entre eles. Uma sala comercial localizada em um prédio empresarial na orla marítima de Maceió, por exemplo, teria sido adquirida em nome do motorista de Cristiano Matheus e, depois, repassada adiante por diversas vezes.

"Ele disse que sequer sabia que era dono desta sala, que foi trocada por outra no mesmo prédio. Esta segunda sala foi transferida para o nome de outra 'laranja', servidora de Marechal. Ela repassou o imóvel novamente para o motorista, que, por sua vez, repassou-o para outro laranja, que tem mais duas salas no mesmo prédio e também figura como proprietário do apartamento em que residia o ex-prefeito", relatou o delegado.


				
					Segundo PF, pessoas ligadas a Cristiano Matheus também enriqueceram ilicitamente
FOTO: dfa

O superintendente afirma que este é uma das formas utilizadas por organizações criminosas especializadas em lavar dinheiro. "Esta confusão é intencional e tem como finalidade desnortear e confundir os investigadores. Isso dificulta bastante o trabalho policial, e é assim que costumam operar estas organizações".

A investigação estima que foram desviados R$ 6 milhões de verbas públicas federais, especialmente de programas voltados à alimentação e ao transporte escolar. A operação desta terça é um desdobramento da Astaroth, deflagrada em julho de 2017 para investigar o mesmo grupo. As autoridades trabalham, porém, com a possibilidade de o esquema ter movimentado cifras ainda maiores.

"Nossa atribuição é em cima dos recursos federais, mas isso não exime a oportunidade de desvios na administração municipal. Se a administração foi capaz de desviar o dinheiro de origem federal, isso nos leva a crer que possa ter feito o mesmo com recursos municipais e estaduais", comentou o delegado Márcio Tenório, coordenador da operação.

Mesmo com o bloqueio de contas do prefeito pela 2ª Vara, a quadrilha continua operando, de acordo com o superintendente da PF em Alagoas. "A organização continua atuando, praticando crimes, ocultando bens, desafiando a Justiça e tentando obstruir a investigação".

Os envolvidos no esquema podem responder pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa, desvio de recurso público (peculato) e lavagem de dinheiro. Quando concluído, o inquérito deve ser enviado para o Ministério Público.

"A tentativa é de retomar aos cofres públicos o que foi desviado. O próprio proprietário da empresa de ônibus disse, em depoimento, que não declarou a aquisição dos veículos à Receita Federal. Este trabalho está sendo feito em conjunto com a Receita, que tem se debruçado sobre esta evolução patrimonial", complementou o delegado Márcio Tenório.

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