
A Delegacia Geral da Polícia Civil de Alagoas (DGPC/AL) constituiu uma comissão para investigar a veracidade da carta de renúncia do prefeito de Rio Largo, Carlos Gonçalves (PP), e do vice-prefeito, Peterson Henrique (PP), anunciada pelo presidente Câmara de Vereadores, em sessão extraordinária, que assumiu interinamente o cargo de prefeito.
A comissão será formada pelos delegados Igor Diego e José Carlos. “O objetivo da nossa investigação é verificar a falsidade das cartas de renúncia que foram apresentadas e lidas pelo presidente da Câmara de Vereadores daquele município”, informou o delegado Igor Diego.
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Diligências já foram realizadas na cidade, nessa segunda-feira (31). “Realizamos diversas diligências na data de ontem, hoje temos outras a realizar e esperamos que, nos próximos dias, nós tragamos mais respostas para esse caso. Estamos trabalhando junto com o Ministério Público Estadual, e a gente espera que a resolução venha nos próximos dias”, afirmou o delegado José Carlos.
O caso
Pouco tempo após a leitura da carta de renúncia, o prefeito Carlos Gonçalves negou qualquer intenção de deixar o cargo e classificou a iniciativa como uma tentativa de golpe. Em nota oficial divulgada nas redes sociais, o gestor afirmou que a carta de renúncia é falsa e que tomará providências judiciais para reverter o que chamou de “ato inconstitucional e fraudulento”.
“Fomos surpreendidos, mais uma vez, com a insistência em oficializar uma carta de renúncia fraudulenta, inconstitucional e inválida, seguida da posse imediata e ilegal do presidente da Câmara. Não existe carta de renúncia, nem mesmo a intenção de deixar a nossa missão à frente da Prefeitura de Rio Largo”, declarou.
Carlos entrou com um mandado de segurança na Justiça buscando anular a decisão tomada pela Mesa Diretora da Câmara Municipal que reconheceu a renúncia dele do cargo. Com a medida jurídica, Carlos Gonçalves (como é conhecido) tenta retomar a chefia do Executivo.
De acordo com a defesa de Carlos Gonçalves, a decisão da Câmara representa uma grave tentativa de golpe institucional. O mandado de segurança argumenta que, no mesmo dia do aniversário do golpe militar no Brasil, a Câmara Municipal protagonizou um episódio que desafia a legalidade e o regime democrático, com a leitura de supostas cartas de renúncia dos gestores, sem qualquer validação quanto à autenticidade dos documentos.
O prefeito afirmou ainda que já havia denunciado, na semana passada, tentativas de falsificação de sua assinatura em cartórios de Rio Largo e Porto Calvo, supostamente com o objetivo de forçar sua saída do cargo. As denúncias foram levadas à Procuradoria-Geral de Justiça de Alagoas.
Carlos Gonçalves foi eleito no primeiro turno das eleições de 2024 com 62,99% dos votos válidos e tomou posse no final de dezembro. Ele afirma que seguirá no cargo, com respaldo popular e amparo jurídico.