O coordenador da Delegacia de Homicídios da Capital, delegado Fábio Costa, e a delegada Teíla Nogueira, informaram, àGazetaweb, que o inquérito que investiga a morte de dois irmãos portadores de necessidades especiais e de mais um pedreiro, no conjunto Village Campestre 2, está prestes a ser concluído. A equipe da especializada recebeu o laudo da reprodução simulada dos fatos, elaborado pela Perícia Oficial de Alagoas (POAL), e conseguiu juntar as peças que faltavam.
Os delegados, no entanto, não confirmaram se os policiais do 5º Batalhão, membros da guarnição que estava no momento em que as vítimas foram assassinadas, serão indiciados pelo crime.
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Detalhes da análise minuciosa feita pelos peritos não serão divulgados pelo órgão responsável. O delegado-coordenador de Homicídios também informou que não passará qualquer informação do que foi concluído na reconstituição do fato.
Costa, no entanto, adiantou que o laudo, por si só, não esclarece tudo o que aconteceu. A prova seria, apenas, um complemento para fundamentar o relatório final que está sendo produzido pela equipe responsável pela investigação, liderada pela delegada Teíla Nogueira. Serão considerados, também, os laudos cadavéricos, da cena do crime e o depoimento das testemunhas e dos militares. A delegada elogiou o relatório da Perícia. Disse que foi muito bem produzido.
O exame residuográfico, que seria importante para identificar se havia vestígios de pólvora nas mãos das vítimas e dos suspeitos, não foi feito, conforme revelou, à época, a Perícia Oficial e a própria Polícia Civil. Este procedimento poderia atestar uma possível troca de tiros, argumento apresentado pela defesa dos PMs. A família das vítimas, por outro lado, nega esta versão, alegando que os irmãos, tampouco o pedreiro, não estavam armados.
Caso
A reprodução simulada do caso ocorreu no dia 13 de julho, no conjunto Village Campestre II, na parte alta de Maceió, sem a presença dos militares envolvidos, e teve como objetivo verificar as narrativas de todos os suspeitos e testemunhas envolvidos no caso.
Os irmãos Josenildo e Josivaldo Ferreira, de 16 e 18 anos, além do pedreiro Reinaldo da Silva Ferreira, de 46, foram mortos em março deste ano e, de acordo com testemunhas, os três teriam sido mortos pela polícia. A reconstituição também seria útil para esclarecer a morte do pedreiro, que teria sido atingido por bala perdida.