A delegacia de Santana do Ipanema, no Sertão de Alagoas, investiga a participação de mais duas pessoas no espancamento da mulher trans Grazyele Junqueiro, de 38 anos. O jovem preso em flagrante nesta terça-feira (4) disse, em depoimento, que foi até a casa da vítima com outros dois homens.
De acordo com a delegada Daniela Andrade, estes dois indivíduos serão “averiguados” para que prestem depoimento e esclareçam o que sabem acerca do caso. A polícia não divulgou quem são estes dois homens.
A delegada informou ainda que testemunhas relataram que, após o crime, o jovem que confessou o espancamento tentou vender objetos da vítima. Ele teria tentado comercializar taças que pertenciam à vítima, além de ter ficado com o celular dela.
No depoimento, o jovem também disse que atacou Grazy com socos e chutes, mas a delegada disse que caberá ao Instituto de Medicina Legal (IML) atestar como se deram as agressões e se foi usado algum objeto.
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A PRISÃO
Um jovem de 20 anos foi preso nesta terça (4), em Santana do Ipanema, e confessou ter espancado a mulher trans Grazyele Junqueiro. Ele foi autuado em flagrante pelo crime de tentativa de homicídio.
De acordo com a polícia, em depoimento, o suspeito do crime disse que a vítima lhe devia R$ 900 e que houve uma briga por conta disso. O jovem ainda afirmou que a dívida era porque a mulher trans pagava para ter relações sexuais com ele.
Ainda segundo a polícia, parentes do preso afirmaram que, na madrugada do crime, ele chegou na casa da mãe com a sandália suja de sangue.
No depoimento dado nesta terça (4), o jovem disse que foi à residência da vítima para cobrá-la porque estava sem dinheiro "até pra cortar o cabelo". O jovem não precisou exatamente o período em que se relacionava com Grazyele, mas disse que já fazia algum tempo.
O CASO
Grazyele Junqueiro foi encontrada espancada dentro de casa na segunda (3). Ela tem 38 anos e é funcionária de um posto de saúde, que fica em Lajeiro Grande. A vítima foi encontrada por colegas de trabalho, que, ao notarem sua ausência, foram à sua procura.
Ao chegarem no local, eles encontraram a porta da casa aberta e a mulher trans no chão do quarto, com vários ferimentos. Segundo a Polícia Militar, a vítima apresentava várias lesões no rosto.
O primeiro atendimento foi feito na unidade de saúde onde ela trabalha. Depois, Grazyele foi transferida para um hospital em Arapiraca.