A delegada Tacyane Ribeiro, coordenadora da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que foi iniciada a segunda fase das investigações do caso do serial killer de Maceió, Albino Santos de Lima, de 42 anos, considerado o maior assassino em série do estado. Ele é investigado por 10 mortes, e a polícia abriu inquéritos para mais 8 homicídios, que podem ter ligação com o suspeito.
“A informação de que ele teria envolvimento em mais 8 mortes, todas na parte alta de Maceió, surgiu após a extração do celular dele, apreendido no dia de sua prisão. O aparelho continha registros de 10 mortes investigadas na primeira fase, além de informações sobre essas oito vítimas, assassinadas entre 2019 e 2020. Por conta disso, vamos reabrir as investigações”, disse Ribeiro.
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Ainda segundo a delegada, Albino atribuiu as mortes a um "trabalho de inteligência".
"Ele falou em interrogatório que fazia um trabalho de inteligência, levantamento geográfico, mapeando toda a região", completou.
Ribeiro também destacou que, por realizar esse estudo de campo, seus crimes dificultavam o trabalho policial, uma vez que ele sabia como agir e conhecer os serviços de monitoramento de cada área.
“Ele sabia onde haviam câmeras, usava roupas escuras, boné e máscaras”, afirmou.
No entanto, segundo ela, ele cometeu um erro durante o assassinato de Ana Beatriz, de 13 anos, morta com um tiro na cabeça, no bairro da Levada, em agosto deste ano. Albino foi preso em setembro pelo homicídio da menor.
"Com relação ao assassinato de Ana Beatriz, ele relaxou e foi flagrado por uma câmera de segurança. Essas imagens foram divulgadas pela imprensa, e uma vítima sobrevivente o reconheceu e fez a denúncia, contribuindo para o desfecho que estamos vendo hoje", pontuou a delegada.
Tacyane ainda enfatizou que os inquéritos sobre todas as vítimas de Albino, antes da prisão do suspeito, não estavam parados. “Eles estavam em andamento, mas sem autoria definida, com as equipes coletando depoimentos e imagens.”
Ela atribuiu o sucesso da prisão ao trabalho da balística da arma apreendida com Albino, uma pistola .380, que foi essencial para as investigações.
Os exames de balística confirmaram a ligação entre a arma apreendida e os 10 homicídios. Além disso, no celular do acusado, foram encontrados vestígios relacionados a vários assassinatos, incluindo o de Ana Beatriz.
De acordo com a perícia, Albino armazenava fotos e nomes das vítimas, juntamente com um calendário que marcava as datas dos crimes. Ele também tirava prints de matérias de sites sobre os assassinatos e chegou a fotografar uma lápide, provavelmente de uma das vítimas.
Albino tinha uma obsessão por jovens com características físicas semelhantes e fazia levantamentos sobre os alvos nas redes sociais.
Uma vítima sobrevivente procurou a polícia, informando que foi atingida por quatro tiros, sendo dois na cabeça, por Albino, e ficou em coma no Hospital Geral do Estado (HGE).