Ordens de pagamento, compra de munição, pedido de droga de boa qualidade e mensagens de saudade. Esses são alguns dos assuntos tratados em cartas escritas pelo suspeito de chefiar uma organização criminosa que atuava no bairro Bom Parto, em Maceió, e seria envolvida com o tráfico de drogas e homicídios. A Gazetaweb teve acesso com exclusividade a algumas dessas cartas.
A Gazetaweb apurou que o homem apontado como líder da organização está preso no Presídio do Agreste, em Girau do Ponciano, onde cumpre sentença. Além de trocar cartas com conteúdo ilícito, ele estuda, participa de projetos de leitura e trabalha na oficina de corte e costura.
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Em uma delas, o sentenciado fala em compra de munições e pergunta ao destinatário sobre a situação de duas armas de fogo.
“Referente vocês ai, compra confeito (que seria munição de arma de fogo) com força e se pegou a 380”. Em outro trecho, da mesma carta, o preso orienta sobre a moradia do subordinado. “Fica ligeiro onde mora na chegada e na saída viadão. Mosca não”.
Em outra carta, o homem apontado como líder da organização criminosa reclama sobre o preço da droga vendida a uma pessoa. “Tão botando caro demais, ajeita o cara, o garotão é mil grau com nós. E se ele precisar de alguma peça (arma de fogo) fortaleça o cara aí”, orienta.
Em uma das cartas, o acusado dá ordem a outra pessoa que está fora da prisão. A ordem foi interpretada como a determinação para executar um desafeto, supostamente, de um grupo criminoso rival, que age em Rio Largo, Região Metropolitana de Maceió.
Nas mensagens, o homem apontado como líder do grupo criminoso cita valores que devem ser pagos semanalmente por membros da organização que estão fora da prisão para ajudar aqueles que estão presos.
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Ele orienta ainda para a pessoa guardar data e nome de quem efetuou os pagamentos.
“Tem que dá uma força aos caras e tem que dá continuidade aquela visão que eu passei, pra tá pegando 20 ou 25 reais por semana pra tá ajudando os caras que estão guardado”, diz um trecho do conteúdo.
Em uma das cartas, ele finaliza a mensagem dando Feliz Natal e Feliz Ano Novo aos colegas e à família.
Em outra carta, ele pede a uma mulher, possivelmente namorada, para levar, ao presídio, comprovantes de depósitos financeiros e pede ainda que ela deposite um valor na conta de outra mulher que estaria “levando recado”.
Pede também que a suposta namorada leve entorpecentes de boa qualidade. Ele termina o texto endereçado à mulher dizendo que está com saudades e contando os dias para encontrá-la.
“Tô com muita saudade, tô contando os dias, venha logo […] te amo muito. Beijos pra você e pro príncipe, não vejo a hora de estar ai do seu lado, fica com Deus”, expõe outro trecho.
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