Rose Mary Santos Rocha, 42 anos, sente o dilema entre perder o marido de forma trágica durante um assalto e agora viver sem Márcio Vieira, seu alicerce: alguém que, além de companheiro de vida, também a ajudava a se manter financeiramente e a se locomover após um difícil processo de recuperação depois de uma cirurgia no cérebro que ela passou.
Márcio foi morto em um latrocínio na última quarta-feira (20). Ele foi encontrado em uma área canavieira, no bairro do Benedito Bentes, seminu, ao lado do carro em que alugava para fazer corridas por aplicativo. Era assim que o casal se mantinha. Uma pessoa foi presa e confessou o crime. Um segundo suspeito está foragido.
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Segundo as investigações da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa da Capital (DHPP), Márcio estava no conjunto Village Campestre, próximo de onde morava, quando foi acionado para uma corrida. De acordo com Rose, era comum ele trabalhar durante a madrugada e chegar a casa por volta das 6h.
O delegado do caso, Thiago Prado, disse que, ao confessar o crime, um dos suspeitos preso relatou que a dupla entrou no carro e já abordou o motorista com uma faca. Em seguida, Márcio teve mãos e pés amarrados e foi colocado no banco de trás do veículo.
O corpo dele foi encontrado com mais de 20 perfurações, sendo algumas delas na região do abdômen. Ele estava somente de cueca, com as pernas dentro do carro, do lado do banco do motorista e o restante do corpo fora do automóvel.
Desde a manhã daquele dia 20 de novembro, Rose Mary convive com o luto da perda, mas também com as dificuldades financeiras que a morte do marido gerou.
Ela conta que, antes do marido ser morto, passou por uma cirurgia do cérebro em decorrência de um tumor que paralisava o corpo dela. As sequelas do problema de saúde a limitaram fisicamente de forma considerável.
“Era ele que cuidava de mim, porque tenho dificuldade de me locomover. Era médico, era medicamento, tudo era com ele. Fora a ajuda financeira que era com ele, tinha também a locomoção. Eu necessitava dele aqui para esse suporte. Inclusive meus vizinhos, todos sabem disso. Eles estão cientes de todo o meu caso. Eles sabem que, para me locomover de um canto para outro, eu precisava dele”, conta a mulher.
INVESTIGAÇÕES
Segundo o delegado Thiago Prado, as investigações apuraram que Márcio fazia uma corrida pelo aplicativo 99. A mulher reforça que, até o momento, não recebeu nenhum apoio da empresa.
“Foi através da 99 que foi feita a corrida e a empresa não se responsabilizou e não se manifestou até aqui em nada. Ela está se ausentando de tudo que está acontecendo. Me passaram que eu tenho direito a seguro de vida. Tentei entrar em contato com eles e eles não me retornaram”, relatou a mulher.
A Gazeta de Alagoas entrou em contato com a plataforma de transporte para saber se há alguma medida a ser tomada pela ferramenta para auxiliar Mary Rose e quais as diligências tomadas pela empresa em relação às investigações junto à Polícia Civil.
Em nota, a empresa 99 informou que entrou em contato com a família de Márcio para dar apoio funerário e psicológico e que está à disposição para colaborar com as investigações das autoridades.
A 99 lamenta profundamente o ocorrido e informa que o passageiro responsável pela chamada foi bloqueado. Uma equipe especializada entrou em contato com
os familiares do motorista parceiro para oferecer acolhimento e informações sobre o acionamento do seguro, que inclui apoio psicológico e auxílio para despesas funerárias. A empresa está à disposição para colaborar com as investigações das autoridades”, informou a empresa.
Rose May divulgou a chave do pix para que a população possa ajudá-la: 82991883175 em nome da nora dela, Ana Karla Santos Sales.