
Saídas frequentes de casa, mudanças de endereço e uma rotina de quem estava se escondendo de alguém. Essa era a vida do casal Eduarda Samara Feitosa da Silva, de 34 anos, e Vitor Hugo Santos Costa, de 30 anos, de acordo com a delegada Tacyane Ribeiro, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O casal foi alvo de um atentado na madrugada desta quarta-feira (17). A mulher morreu e o homem está em estado gravíssimo no hospital.
A delegada contou ainda que chegou até a delegacia a informação de que os dois eram procurados há cerca de três meses por criminosos da facção Comando Vermelho. A polícia investiga justamente se o crime tem relação com o grupo.
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“Tanto a vítima consumada quanto o que sofreu o atentado já possuem passagem por tráfico de drogas. E há a informação de que integrantes da facção Comando Vermelho estavam à procura desse casal, porque os dois seriam informantes da Polícia Militar. A gente não sabe se isso procede ou não ou se a motivação desse homicídio foi devido ao tráfico de drogas”, comentou a delegada, em entrevista à TV Gazeta.
Ribeiro ressaltou também que ainda não se sabe a quantidade de pessoas envolvidas no homicídio. "Não conseguimos coletar imagens de imediato, mas a equipe já está dando continuidade à investigação para tentar entender a dinâmica desse homicídio e dessa tentativa de homicídio”, finalizou.
O CASO
O crime aconteceu na madrugada desta quarta (17), no Conjunto Novo Jardim, no bairro Cidade Universitária, parte alta da capital. Após disparos na residência do casal, Victor saiu de casa ferido e ensanguentado, batendo bastante no portão da vizinha. Como não foi atendido, ele retornou para casa, onde a mulher já estava morta e a filha deles, de 4 anos, encontrada ao lado do corpo. O homem foi socorrido para o HGE.
A delegada disse que a menina ficou aos cuidados, inicialmente, do Conselho Tutelar e, depois, com uma avó materna.
BRIGAS
A polícia informou que uma vizinha contou que o casal brigava constantemente e havia ido morar no residencial, há cerca de 15 dias, e que Vitor costumava sair e voltar rápido de moto diversas vezes ao dia.
A vizinha relatou que, na noite anterior aos crimes, ao chegar do trabalho, por volta das 21h30, observou o rapaz no portão de casa, falando ao telefone com alguém e dizendo que, quando a esposa chegasse, ele iria encontrá-lo.
A testemunha relatou, ainda, que, cerca de meia hora antes dos crimes, houve uma discussão intensa entre o casal, com muito barulho, e que, momentos depois, foram ouvidos cerca de 10 disparos de arma de fogo.