
A Polícia Civil concluiu mais uma fase investigativa relacionada aos crimes cometidos por Albino Santos de Lima, 42 anos, que ficou conhecido como serial killer de Alagoas. Com isso, o número de assassinatos com a autoria dele subiu para dezoito, fazendo com que ele passe a figurar na lista dos cinco maiores serial killers do país, de acordo com a PC.
De acordo com o presidente do inquérito, delegado Gilson Rêgo, a segunda fase do trabalho investigativo teve início após a apreensão do celular do acusado, onde havia informações sobre diversas vítimas de homicídio. Com os casos em mãos, as autoridades policiais reabriram os inquéritos e se debruçaram sobre algumas mortes ocorridas entre os anos de 2019 e 2020, na região da parte alta da capital, onde Albino residia à época.
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Eles conseguiram, então, constatar a autoria de mais oito homicídios consumados e três tentativas, todos qualificados. Somando aos outros crimes já comprovadamente cometidos pelo serial killer, o número de mortes chega a 18 e de tentativas, a seis.
“Fomos puxando o fio da meada através dos arquivos encontrados pela Polícia Científica no celular dele. Também foi solicitada ao IC a realização dos exames de microcomparação balística, que constataram que todos os projéteis relacionados aos oito homicídios ocorridos entre 2019 e 2020 saíram da mesma arma, um revólver calibre 38, que nunca foi encontrada”, relata o delegado.
Gilson Rêgo ressalta que o modus operandi do serial killer nesses crimes cometidos entre 2019 e 2020 era praticamente o mesmo dos homicídios realizados em 2023 e 2024, na região da orla lagunar, com pequenas variações.

“O modus operandi nos crimes mais antigos foi semelhante ao ocorrido na orla lagunar. Ele sempre agia sozinho e, em alguns casos, usava balaclava. Nos mais antigos, agia, geralmente pelo dia. Nos crimes mais recentes, agia em horários com pouca movimentação de pessoas. Ele sempre seguia as vítimas e utilizava o elemento surpresa, fazendo uma emboscada. Nos mais recentes, ele usou uma pistola calibre 380 e, nos mais antigos, um revólver calibre 38. Outra diferença é que nos primeiros crimes, ele fazia um trabalho de campo, monitorando as vítimas pessoalmente. Nos últimos, esse monitoramento era feito pelas redes sociais”, conta o delegado.
Ele lembra, ainda, que, entre as primeiras vítimas, estão duas idosas e uma mulher de 35 anos, faixas etárias que não condizem com as vítimas da orla lagunar. A idosa Genilda Maria da Conceição tinha 71 anos quando foi morta. Esse teria sido o primeiro assassinato dele, em 6 de fevereiro de 2019. Segundo a polícia, Albino alegou que ela era uma pessoa complicada na vizinhança.
“Em relação às outras vítimas, ele alega que todas tinham envolvimento com facções criminosas. A elucidação desses casos representa um marco para a segurança pública não só de Alagoas, mas do país. Ele é um dos maiores serial killers da história”, completa o delegado.
Sobre o caso de Genilda, três irmãos chegaram a ser presos pelo crime na época. Com a conclusão de que o crime foi cometido pelo serial killer, a Polícia Civil já entrou em contato com o Judiciário para informar sobre os novos elementos, a fim de que as medidas cabíveis sejam adotadas.
De todos os 18 crimes elucidados, ele confessou dezesseis e negou apenas dois. Segundo o delegado, ele fala sobre todos os casos com riqueza de detalhes, inclusive informando quantos tiros deu em cada uma das vítimas.
“Ele é um predador, um indivíduo frio, calculista, extremamente inteligente e calmo, que não demonstra nenhum tipo de arrependimento e que agia de forma meticulosamente planejada”, completa.