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Galpão que explodiu tinha material que causa alto poder de destruição

O dono do local foi denunciado pelo Ministério Público do Estado de Alagoas e virou réu no processo

A Perícia Oficial de Alagoas concluiu que as amostras coletadas no depósito clandestino de explosivos que pegou fogo no bairro da Guaxuma continha uma substância atípica: o nitrato de manganês, usada em fabricação de altos explosivos para garantir maior poder de destruição. O caso ocorreu em março deste ano.

O dono do depósito foi denunciado pelo Ministério Público do Estado de Alagoas e virou réu no processo.

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De acordo com a perícia oficial, inicialmente, havia três hipóteses apontadas pelos peritos, mas a mais forte delas que mais contribuiu para o inquérito policial foi o uso do nitrato de manganês, substância considerada atípica, encontrada em uma das oito amostras colhidas no local do incêndio.

Segundo o órgão, os peritos Thalmany Goulart, Ken Ichi Namba e Gerard Deokaran, ao investigarem sobre o uso de nitrato de manganês, descobriram que essa substância encontrada no artefato é utilizada em fabricação de altos explosivos para garantir maior eficiência e poder destruição do explosivo. Quando o nitrato de manganês é misturado a hidrocarbonetos, essa combinação se comportaria como uma emulsão encartuchada utilizadas em pedreiras.

Os peritos concluíram ainda que esse material, ao entrar em contato com vapores de aguarrás existentes em galões encontrados no local, provocou fenômeno da explosão. A mistura de nitrato de manganês com o hidrocarboneto precisa de uma pequena elevação de temperatura para explodir, por isso esses altos explosivos não podem ser utilizados em artefatos pirotécnicos de acordo com a legislação brasileira.

O perito criminal Victor Portela, que também assina o laudo, além de auxiliar na determinação da dinâmica das explosões a partir das avarias e vestígios nos contêineres e no ambiente, e realizar essa demonstração em croqui 3D que ilustra o laudo, também relatou outro grave problema no armazenamento dos artefatos. O contêiner onde ocorreu a primeira explosão (epicentro) não possuía uma coberta e nem estruturas más condutoras de calor, conforme prevê a norma que regulamenta as medidas de proteção para o processo de fabricação, armazenamento e transporte de explosivos.

O coordenador da equipe Gerard Deokaran esclareceu que a falta dessa estrutura permitiu maior absorção de radiação eletromagnética provocando um aumento de temperatura no contêiner. Com isso aconteceu uma reação típica de fabricação de baterias de lítio, onde uma pequena elevação de temperatura no nitrato de manganês com os vapores de hidrocarbonetos causou uma reação explosiva.

“Foi uma reação similar à fabricação desse tipo de bateria, sendo que quando ocorreu essa primeira explosão em um dos contêineres, ela teve energia suficiente para proporcionar a deflagração dos outros explosivos que estavam no demais contêineres, ocorrendo a explosão da forma como foi observada nos vídeos gravados no dia do fato”, explicou o Deokaran.

*Com assessoria

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