
Preso nesta quarta-feira (18) pela Polícia Federal, o chefe da Diretoria da Polícia Judiciária da 1ª Região da Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) é investigado por fraude processual, revelação de sigilo funcional e abuso de autoridade no processo que investiga o assassinato do empresário Kleber Malaquias.
Segundo o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), o delegado inseriu provas forjadas e produzidas em combinação com outros envolvidos, com o intuito de alterar a verdade dos fatos, objetivando induzir a erro o corpo de jurados, os juízes e a própria sociedade. “Tais fatos foram demonstrados após a descoberta, judicialmente autorizada, que comprovou a troca de favores em benefício da fraude”, afirmou o órgão ministerial.
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O Ministério Público também informou que obteve conversas reveladoras. “Elas mostraram uma conspiração conduzida pela autoridade policial para incriminar falsamente uma pessoa já assassinada, tudo com o intuito de proteger os verdadeiros autores do crime, em um provável conluio com os investigados, aplicando um verdadeiro golpe à Justiça, inesperado de qualquer autoridade pública, especialmente de um delegado de polícia”, detalharam os promotores.
Para o MPAL, é de interesse social o conhecimento do fato, uma vez que o tipo de conduta foi considerado de “extrema reprovabilidade e gravidade, praticado por uma autoridade cuja missão é proteger e combater a criminalidade e não lhe servir de amparo”.
Comprovação veio após o adiamento do júri
De acordo com os promotores, no decorrer do julgamento pelo homicídio de Kleber Malaquias, ficou evidente, por ação da defesa dos réus, que instituições foram instrumentalizadas por criminosos para fins ilícitos.
"A prisão deste delegado de alto escalão da Polícia Civil de Alagoas ocorreu após a custódia preventiva e a denúncia de um agente de polícia civil, também envolvido no crime, o qual representa o elo central para a identificação dos mandantes do homicídio”, informaram os promotores Lídia Malta e Kleber Valadares.
O MPAL acrescentou que novas medidas serão tomadas para identificar a participação de outros envolvidos nos crimes imputados, uma vez que as investigações continuarão a se aprofundar, com o objetivo de individualizar as condutas dos demais cúmplices.
*Com informações da assessoria.