A Polícia Civil (PC) vai indiciar o casal suspeito de aplicar golpes em aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pelo crime de estelionato em continuidade delitiva. Rogério Alves da Silva está preso e Ivone Nobre Santos ainda não foi localizada.
Por telefone, o delegado Arthur César, de Teotônio Vilela, informou que Ivone comunicou, por meio do advogado, que não irá se apresentar à polícia. Várias vítimas já foram ouvidas nesta fase de investigação.
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"Já colhi o depoimento de várias vítimas, e outras ainda serão ouvidas. O número de pessoas que foram alvos do casal aumentou após as reportagens. Roberto já está preso e Ivone não foi localizada e confirmou, através de seu advogado, que não comparecerá à delegacia. Mesmo assim, vamos continuar as buscas por ela e o inquérito será concluído na próxima semana e eles serão indiciados pelo crime de estelionato em continuidade delitiva", explicou o delegado, que deve concluir o inquérito na próxima semana.
ENTENDA O CASO
A Polícia apreendeu documentos em duas empresas que fazem empréstimo consignado no município de Teotônio Vilela, na manhã dessa quarta-feira (17), e tentou prender a sócia-proprietária dos estabelecimentos. Junto com o marido, Ivone Nobre Santos é suspeita de aplicar um golpe em dezenas de idosos, causando prejuízo estimado às vítimas e a instituições financeiras, na ordem de R$ 1 milhão.
De acordo com o delegado Arthur César, o esquema estava sendo praticado na cidade, desde 2011, quando começaram a ser confeccionados Boletins de Ocorrência (BO) por aposentados e pensionistas do INSS, que reclamavam de empréstimos contraídos sem a devida autorização.
"As vítimas, geralmente sem nenhuma instrução escolar, procuravam estas empresas em busca de empréstimos consignados ou seguros de vida. O procedimento era feito, mas, algum tempo depois, percebiam que estavam pagando valores acima dos que foram acordados previamente. Os donos acabavam usando a documentação dos idosos para contrair novos benefícios e se apropriar do valor que estava sendo debitado", explicou o delegado.
Segundo Arthur César, mais de 30 BOs foram confeccionados desde 2011, mas ele acredita que o número de pessoas prejudicadas pelo golpe seja relativamente maior, levando em consideração o grau de instrução dos que foram lesados. Para cada empréstimo, a polícia diz que os suspeitos recebiam R$ 5 mil, com um ganho ilegal milionário nos últimos anos.