A rainha Elizabeth II deu permissão ao príncipe Andrew, o duque de York, para "renunciar às funções públicas no futuro próximo", em meio ao escândalo e críticas ao relacionamento do filho com Jeffrey Epstein, bilionário que se matou em agosto, enquanto aguardava julgamento após ser acusado de pedofilia e tráfico sexual. O príncipe, oitravo na linha de sucessão ao trono, divulgou nesta quarta-feira (20) uma declaração dizendo que ficou claro para ele que sua amizade com Epstein causou "grandes perturbações" no trabalho da Família Real. Ele também disse que está disposto a ajudar "qualquer agência policial apropriada com suas investigações" sobre o bilionário.
Terceiro filho da rainha Elizabeth e tido como seu preferido, o príncipe vem sido alvo do escrutínio do público britânico desde que novas acusações contra Epstein vieram à tona. O bilionário americano, que em 2008 se declarou culpado e cumpriu 13 meses de prisão por ter procurado uma menor de idade para prostituição - a pena foi um acordo entre ele e a Justiça dos Estados Unidos, que chegou a identificar 36 menores com quem teria se relacionado. Em julho deste ano, Epstein foi preso outra vez, acusado de tráfico sexual de menores entre Nova York e a Flórida, se suicidando um mês depois.
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Andrew conheceu Epstein em 1999, e o bilionário chegou a frequentar festas da Família Real. Os dois, segundo a imprensa britânica, mantiveram contato pelo menos até 2010, meses após Epstein deixar a cadeia nos Estados Unidos, tendo sido fotografados juntos em diversas ocasiões, inclusive na mansão do americano. Investigadores particulares apontaram que o pedófilo tinha 13 celulares particulares para falar com Andrew.
A situação do duque ficou bastante complicada após Virginia Roberts, uma das mulheres que ´processa Epstein por tráfico sexual e o acusa de tê-la mantida como escrava sexual quando era menor, ter afirmado que Andrew manteve relações sexuais com ela quando tinha 17 anos. Recentemente, outra mulher, Johanna Sjoberg, que também se diz vítima de Epstein, disse que o príncipe tocou seus seios no apartamento do bilionário em Manhattan, em 2001.
A situação de Andrew piorou quando um ex-piloto de Epstein também confirmou que o filho da rainha Elizabeth foi passageiro em vários voos no jatinho do bilionário, acompanhado do criminoso e de Virginia, então menor de idade.
O duque de York negou as acusações de ter se relacionado com menores de idade e de ter mantido relações sexuais com Virginia. Em entrevista recente à TV britânica, ele duvidou da veracidade de uma foto sua em que aparece abraçado com Virgínia e disse que a amizade com Epstein foi benéfica porque permitiu que ele conhecesse pessoas que o ajudariam na posição de enviado de negócios da Coroa.
Por causa do escândalo, Andrew, que ano passado casou a filha caçula, a princesa Beatrice, em uma cerimônia à qual compareceu toda a Família Real, viu cinco empresas milionárias cortarem os laços com sua organização de caridade.