O governo do Peru anunciou na noite de sexta-feira (27) medidas para fortalecer penalidades para empresas consideradas responsáveis por acidentes no local de trabalho, dias depois que dois funcionários de uma franquia do McDonald's morreram eletrocutados em uma de suas lanchonetes.
A ministra do Trabalho, Sylvia Caceres, disse que de agora em diante haverá o fechamento automático por 10 a 20 dias de estabelecimentos onde ocorrerem acidentes para permitir uma investigação completa, prazo que poderá se estender a 30 dias se a empresa for considerada responsável.
Leia também
"O fechamento (pelo prazo máximo de 30 dias) será considerado quando for determinado que o empregador descumpriu suas obrigações e afetou assim a saúde e vida de seus funcionários", afirmou Caceres em uma coletiva de imprensa na noite de sexta-feira.
Ela não mencionou as mortes de Alexandra Porras, de 18 anos, e Carlos Campo, de 19, que foram eletrocutados durante a limpeza da cozinha de uma lanchonete McDonald´s Corp operada pela franqueada latino-americana Arcos Dorados.
O gerente-geral da empresa no Peru disse em entrevista a uma TV local que a máquina de bebidas da lanchonete estava com problemas elétricos que não tinham sido reportados ao departamento de manutenção.
Esta semana, a agência de inspeção do trabalho considerou a Arcos Dorados culpada de violações de segurança e saúde "muito sérias" que causaram a morte dos dois funcionários e propôs que a firma seja multada em US$ 254 mil.
Sylvia disse que as multas por acidentes fatais "não têm relevância se nem sequer afetam economicamente a operação da empresa".
"Acreditamos que este é um passo à frente para reforçar a capacidade dissuasiva que a inspeção do trabalho deve exercer para os empregadores que violam suas obrigações de maneira deliberada e irresponsável e afetam a saúde de nossos trabalhadores", disse.
A Arcos Dorados disse na semana passada que todos as 29 lanchonetes McDonald's no Peru permanecerão fechadas até que a empresa conclua sua própria inspeção.