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Negociações de cessar-fogo no Líbano se intensificam com proposta EUA-Israel

Mesmo com as negociações, investidas israelenses aumentaram esta semana


				
					Negociações de cessar-fogo no Líbano se intensificam com proposta EUA-Israel
Crianças brincam em ruas de Beirute, no Líbano. REUTERS/Amr Abdallah Dalsh

O Hezbollah está considerando uma proposta de cessar-fogo com EUA-Israel, fontes disseram à CNN, enquanto os esforços diplomáticos para acabar com o conflito entre os israelenses e o grupo militante libanês se intensificam.

A embaixadora dos Estados Unidos no Líbano, Lisa Johnson, repassou a proposta ao governo libanês na quinta-feira (14) à noite, disse à CNN uma autoridade libanesa familiarizada com as discussões.

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Os oficiais estão “otimistas” de que o Hezbollah concordará com os termos do acordo e esperam enviar uma resposta oficial à última proposta na próxima segunda-feira (18), informou a autoridade.

“Os esforços diplomáticos estão a todo vapor agora”, relatou.

Israel lançou uma grande ofensiva no Líbano em meados de setembro, após meses de ataques retaliatórios na fronteira.

O ataque desferiu golpes devastadores na liderança do Hezbollah e seu vasto arsenal e, segundo o Ministério da Saúde libanês, matou centenas de civis e deslocou mais de um milhão de pessoas.

Mesmo com as negociações de cessar-fogo em andamento, as investidas israelenses aumentaram esta semana, intensificando seus bombardeios e operações terrestres.

Os alvos foram áreas de maioria xiita onde o Hezbollah exerce influência, mas Israel também atingiu prédios que abrigam famílias deslocadas longe das áreas de domínio do grupo militante.

A proposta mais recente, que a embaixadora Johnson delineou ao presidente do Parlamento do Líbano, Nabih Berri — que é próximo do Hezbollah — é a primeira a ser apresentada pelos EUA e Israel desde que um cessar-fogo temporário foi negociado no final de setembro.

Esses esforços foram frustrados quando Israel matou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um grande ataque a bomba nos subúrbios ao sul de Beirute.

Outro oficial libanês familiarizado com as discussões em torno do cessar-fogo informou à CNN que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, endossou as negociações em andamento, lideradas pelo enviado especial do governo Biden ao Líbano, Amos Hochstein.

A proposta EUA-Israel visa atingir uma cessação de hostilidades de 60 dias e está sendo retratada como a base de um cessar-fogo duradouro, conforme o primeiro oficial libanês, acrescentando que os termos estão dentro dos parâmetros da Resolução 1701 da ONU que encerrou a guerra Líbano-Israel em 2006.

A resolução estipula que os únicos grupos armados na área ao sul do Rio Litani do Líbano devem ser o exército libanês e as forças de manutenção da paz da ONU.

A proposta também envolve forças terrestres israelenses, operando no sul do Líbano desde o final de setembro, recuando da fronteira internacionalmente reconhecida entre os dois países.

“Os pontos focam no mecanismo de implementação e no papel das Forças Armadas Libanesas na implementação do 1701 no sul do Rio Litani”, disse o oficial, acrescentando que também lida com rotas de contrabando cruzando as fronteiras internacionais do país.

A embaixada dos EUA em Beirute recusou o pedido da CNN para comentar as negociações de cessar-fogo.

Entenda os conflitos no Oriente Médio

Israel lançou uma grande ofensiva aérea e terrestre contra o grupo Hezbollah no Líbano no final de setembro. Assim como o Hamas, o Hezbollah e a Jihad Islâmica são grupos radicais financiados pelo Irã, e, portanto, inimigos de Israel.

Os bombardeios no Líbano se intensificaram nos últimos meses, causando destruição e obrigando mais de um milhão de pessoas a saírem de casa para fugir da guerra. O conflito entre Israel e o Hezbollah já deixou dezenas de mortos no território libanês.

Ao mesmo tempo, a guerra continua na Faixa de Gaza, onde militares israelenses combatem o Hamas e procuram por reféns que foram sequestrados há mais de um ano durante o ataque do grupo radical no território israelense no dia 7 de outubro de 2023. Na ocasião, mais de 1.200 pessoas foram mortas e 250 sequestradas.

Desde então, mais de 43 mil palestinos morreram em Gaza durante a ofensiva israelense, que também destruiu praticamente todos os prédios no território palestino.

Em uma terceira frente de conflito, Israel e Irã trocaram ataques, que apesar de terem elevado a tensão, não evoluíram para uma guerra total.

Além disso, o Exército de Israel tem feito bombardeios em alvos de milícias aliadas ao Irã na Síria, no Iêmen e no Iraque.

No momento, as negociações por tréguas estão travadas tanto no Líbano, quanto na Faixa de Gaza.

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