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Militar que vazou documentos dos EUA pega 15 anos de prisão

Jack Teixeira foi preso após publicar arquivos com informações sobre a guerra da Ucrânia


				
					Militar que vazou documentos dos EUA pega 15 anos de prisão
Jack Teixeira em foto postada nas redes sociais. Foto: Reprodução/ Facebook

Jack Teixeira, o militar que vazou documentos ultrassecretos dos Estados Unidos sobre a guerra na Ucrânia, foi condenado a 15 anos de prisão pela Justiça norte-americana. A sentença foi divulgada nesta terça-feira (12).

O militar, de 22 anos, está preso desde abril de 2023. À época, a inteligência militar dos Estados Unidos havia identificado que Teixeira tinha vazado documentos do Departamento de Justiça dos Estados Unidos em uma rede social.

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O militar era membro da Guarda Nacional Aérea dos EUA. Após ser preso, ele foi acusado de seis crimes, que envolvem a retenção e transmissão voluntária de informações sigilosas relacionadas à defesa nacional.

No início deste ano, Teixeira se declarou culpado das acusações. Nesta terça-feira, antes de ser sentenciado, ele pediu desculpas pelo vazamento.

“Eu entendo que toda a responsabilidade e consequências recaem sobre meus ombros sozinhos e aceito o que quer que isso traga”, disse.

Os documentos vazados por Teixeira mostravam informações confidenciais sobre aliados e adversários dos Estados Unidos. Os arquivos, por exemplo, continham detalhes sobre as defesas aéreas da Ucrânia e informações sobre a invasão russa ao país.

Alguns dos dados ultrassecretos, inclusive, traziam informações sobre a agência de espionagem israelense, Mossad.

O vazamento foi considerado uma das mais graves violações de segurança dos Estados Unidos desde 2010, quando o WikiLeaks tornou público mais de 700 mil documentos do governo norte-americano.

Segundo as investigações, Teixeira vazava os documentos desde fevereiro de 2022, quando começou a guerra na Ucrânia. Os arquivos foram compartilhados em um grupo de mensagens com pelo menos 600 pessoas.

Quando o militar foi preso, um amigo dele disse ao jornal "The Washington Post" que Teixeira não queria prejudicar a segurança nacional dos EUA. O objetivo dele seria educar os membros mais jovens do grupo on-line.

"Ele amava os EUA, mas simplesmente não confiava em seu futuro", disse o amigo.

Outros membros da rede social, no entanto, afirmaram que Teixeira compartilhou piadas racistas e antissemitas.

Quem é Jack Teixeira

Descendente de portugueses, Jack Teixeira morava na pequena cidade de Dighton, no sul de Massachusetts. Ele se alistou na Guarda Nacional da Força Aérea em setembro de 2019.

Segundo documentos judiciais que citam registros do governo, Teixeira alcançou a patente do aviador de primeira classe — a terceira mais baixa para o pessoal alistado na Força Aérea —, em maio de 2022.

Especialista em comunicação e em tecnologia, ele passou a trabalhar na base da Guarda Nacional Aérea de Otis, em Cape Cod, cerca de 110 km ao sul de Boston.

Em fevereiro de 2023, segundo o FBI, o militar estava atuando como oficial de operações de defesa cibernética. Por causa do cargo, ele tinha acesso a uma autorização de segurança de alto sigilo.

Além dessa autorização, Teixeira também mantinha acesso sensível compartimentado a outros programas altamente sigilosos. Isso significa que ele tinha acesso privilegiado a informações ultrassecretas.

Para se ter acesso a esse tipo de autorização, Teixeira precisou aceitar as condições de "proteger corretamente" as informações sigilosas e não revelá-las a pessoas sem esse acesso privilegiado.

Ele também teve que se comprometer a não tirá-las de "instalações de armazenamento não autorizadas" ou guardá-las em "lugares não autorizados", de acordo com a declaração juramentada.

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