Um menino no Arizona, Estados Unidos, herdou uma coleção de pedras de seu avô, um ávido colecionador de rochas. Só vários anos depois, com o garoto já adulto, pesquisadores descobriram que uma das pedras era, na verdade, o maxilar de um fuzileiro naval morto em um exercício de treinamento militar em julho de 1951
O caso curioso foi divulgado pelo Escritório do Xerife do Condado de Yavapai no último dia 19 de abril no Facebook. Segundo a publicação, a mãe do sujeito que herdou as pedras encontrou o osso humano na coleção do filho em 2022 e contatou o departamento.
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As informações do caso foram inseridas no Sistema Nacional de Pessoas Desaparecidas e Não Identificadas (NamUs). Em maio de 2023, o Centro do Norte do Texas Para Identificação Humana enviou o maxilar (então parte da Coleção de Rochas John Doe), para o laboratório Intermountain Forensics em Salt Lake City, Utah, onde uma sequência genômica completa e a bioinformática foram realizadas.
Os pesquisadores subiram os dados obtidos no site GEDmatch Pro e no FamilyTreeDNA. Em julho do ano passado, os alunos do Bootcamp de Genealogia Genética Investigativa do Ramapo College trabalharam na análise das informações. O grupo solucionou praticamente o caso em menos de dois dias junto ao estagiário do Centro de Investigação em Genealogia Genética (IGG), Ethan Schwartz.
Os resultados foram encaminhados para o Escritório do Xerife do Condado de Yavapai. Um mês depois, uma amostra de DNA foi retirada da filha do capitão Everett Leland Yager para comparar diretamente com o perfil do osso da mandíbula.
Finalmente, em março de 2024, a amostra genética confirmou a relação de filha e pai, atestando que a mandíbula pertencia ao capitão, que liderava o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA.
Acreditava-se, até então, que todos os restos mortais do fuzileiro foram recuperados na área do Condado de Riverside, Califórnia, e enterrados em Palmyra, Missouri. Logo, não há certeza de como a mandíbula acabou na coleção do garoto no Arizona. Uma hipótese é que um explorador pode ter pego o maxilar e eventualmente o depositado durante suas viagens pelo estado americano.
Há planos em andamento para que a mandíbula possa ser encaminhada aos familiares do capitão morto. "A equipe que trabalhou neste caso em nosso bootcamp do IGG incluiu alguns pesquisadores verdadeiramente excepcionais, e estamos muito orgulhosos deles por ajudarem a repatriar os restos mortais do Capitão Yager e devolvê-los à sua família", disse Cairenn Binder, diretora assistente do IGG, em comunicado.