O ex-presidente da Bolívia Evo Morales acusou nesta sexta-feira (21/02) o governo dos Estados Unidos de influenciar o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) boliviano na rejeição de sua candidatura ao Senado.
"Cumprimos todos os requisitos. Por instrução da embaixada dos Estados Unidos não aprovaram [minha candidatura]. Vamos seguir lutando por nossa soberania e dignidade", disse o ex-mandatário.
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As declarações de Evo vêm logo após o TSE da Bolívia rejeitar sua candidatura como senador pelo departamento de Cochabamba nas próximas eleições do dia 3 de maio.
O ex-presidente e líder do Movimento ao Socialismo (MAS) ainda criticou o governo interino da presidente autoproclamada Jeanine Áñez, que assumiu o poder após o golpe de Estado do dia 10 de novembro de 2019 que forçou a renúncia de Evo Morales.
"Em nossa gestão, demonstramos que outro mundo, sem o império norte-americano e sem o FMI, é possível. Esse é o nosso pecado, nosso delito, termos nos libertado da pressão política, dos condicionamentos econômicos e libertamos muitos irmãos e irmãs da pobreza", disse o ex-mandatário.
Mais cedo, logo após a decisão do TSE se comunicada na noite desta quinta-feira (20/02), Evo afirmara que a medida era "um golpe contra a democracia". Os membros do TSE sabem que cumpro todos os requisitos para ser candidato [a senador por Cochabamba[. O objetivo final é a proscrição do MAS [ Movimento ao Socialismo, partido de Morales]", afirmou pelo Twitter.
Pelo mesmo motivo, a candidatura do ex-chanceler Diego Pary como senador por Potosí também foi inabilitada. "O Tribunal Supremo Eleitoral, ao inabilitar-me, assume uma decisão política, que se alheia das leis, da Constituição boliviana e da jurisprudência internacional", afirmou. Pary disse que cumpriu "absolutamente com todos os requisitos, como estabelece a regulamentação aprovada pelo mesmo TSE".
Por sua vez, a postulação do ex-ministro da Economia Luis Arce à presidência do país foi aceita. Para ele, a decisão que rejeitou as candidaturas de Morales e Pary "evidencia que não há garantias para eleições livres, democráticas e justas na Bolívia. Condenamos esta ação. Voltaremos", escreveu.