
As eleições legislativas realizadas em 23 de fevereiro de 2025 na Alemanha confirmaram a vitória da União Democrata Cristã (CDU), liderada por Friedrich Merz, com cerca de 28,5% dos votos.
Este resultado encerra o governo do social-democrata Olaf Scholz, que obteve apenas 16% dos votos, marcando o pior desempenho do Partido Social-Democrata (SPD) em mais de um século. AfD (Alternativa para a Alemanha), com 20% dos votos, também alcançou resultado histórico.
Leia também
Friedrich Merz, conhecido por sua postura conservadora e crítica à política de imigração de Angela Merkel, deve liderar as negociações para formar uma coalizão governamental, já que a CDU/CSU não obteve maioria absoluta.
A derrota do SPD reflete a insatisfação com o governo de Olaf Scholz, que enfrentou desafios econômicos e geopolíticos durante seu mandato. A CDU/CSU retorna ao poder após três anos, marcando uma guinada conservadora na política alemã.
O avanço da legenda de direita moderada ocorre em paralelo ao crescimento expressivo do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que, segundo projeções, teria conquistado 20% dos votos.
O desempenho da AfD marca o melhor resultado da extrema direita alemã em 90 anos, desde o período nazista, que levou o país à Segunda Guerra Mundial.
Com o dobro de votos em relação ao pleito de 2021, a ascensão da legenda reforça a onda populista que já se manifesta em diversas nações da União Europeia, como Itália, Holanda, Hungria e Áustria.
O crescimento da AfD no Bundestag representa um novo patamar na política alemã e pode ter implicações significativas na governabilidade.
A distribuição das cadeiras no Parlamento depende de um cálculo complexo, que será concluído nos próximos dias.
O sistema eleitoral alemão permite que cada eleitor tenha dois votos: um destinado a candidatos de 299 distritos e outro para uma lista partidária.
Neste pleito, uma reforma eleitoral estabelece que o desempenho dos partidos no voto por lista influencie a validade do voto distrital, medida que, segundo especialistas, fortalece o papel das siglas na definição do Parlamento.