Pesquisadores do Instituto Max Planck de Ciências Multidisciplinares visualizaram o processo completo. A ovulação em folículos de camundongos foi registrada em tempo real. O teste em animais é mais viável porque, no corpo humano, o ovário fica em local profundo, difícil de ser acessado para experimentos. Também não é possível prever qual dos dois ovários vai liberar o próximo folículo.
Na segunda fase, células musculares lisas na camada externa do folículo fazem com que ele se contraia. A equipe testou bloquear a contração dessas células musculares, o que causou falha nos folículos. "Neste caso, a ovulação falhou", comentou Thomas.
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Por fim, o folículo se rompe na terceira fase, com liberação do óvulo e fim da ovulação. "A superfície do folículo se projeta para fora e eventualmente se rompe, liberando o fluido folicular, as células do cúmulo e, finalmente, o óvulo", explica Tabea Lilian Marx, também coautora do estudo.
Visualizar como a ovulação ocorre abre caminho para novas pesquisas. O método de imagem ao vivo desenvolvido pelos cientistas permite que o processo seja estudado com alta resolução espacial e temporal, o que contribui para novos insights na pesquisa de fertilidade.
Para Melina Schuh, diretora do Max Planck e coautora, as descobertas mostram que a ovulação é um processo robusto. "Embora um estímulo externo seja essencial para desencadear a ovulação, os processos subsequentes operam independentemente do resto do ovário, pois todas as informações necessárias estão contidas no próprio folículo", diz.
"Com nosso novo método, nós e outros pesquisadores podemos investigar mais a fundo os mecanismos da ovulação e, esperançosamente, obter novos insights para a pesquisa de fertilidade humana.", afirmou Melina Schuh, diretora do Max Planck.