O governo da China comentou as críticas do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky sobre a proposta de paz apresentada em conjunto com o Brasil, e afirmou que mais de 110 países acenaram positivamente ao plano.
Na última quarta-feira (11/9), Zelensky classificou o plano como “destrutivo”. Ele ainda acusou, sem provas, China e Brasil de consultarem a Rússia sobre a iniciativa, mas a Ucrânia não. A declaração aconteceu durante entrevista exclusiva ao Metrópoles.
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“Os entendimentos comuns receberam resposta positiva de mais de 110 países e atendem à aspiração comum da comunidade internacional”, declarou Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China. “Sobre a crise da Ucrânia, incluindo os seis entendimentos comuns, a China manteve comunicação próxima com a Ucrânia. A China continuará promovendo conversas pela paz e desempenhando um papel construtivo para a solução política da crise”.
Por meio do embaixador do Brasil em Kiev, o governo brasileiro também rebateu as críticas de Zelensky, que chegou a classificar o país como “pró-Rússia”.
Em entrevista ao Metrópoles, o embaixador Rafael de Mello Vidal reiterou o posicionamento histórico de neutralidade do Brasil diante de crises como a guerra na Ucrânia, e negou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja “pró-Rússia”.
“O Brasil não é pró-Rússia, o Brasil não é pró-Ucrânia, o Brasil é pró-paz”, declarou o diplomata brasileiro em nome do governo. “O Brasil tem parcerias estratégicas com os dois países, que são tradicionais, e no cenário da tragédia humanitária que a Ucrânia enfrenta, decorrentes da guerra da Rússia, nós entendemos que o fim dessa tragédia humanitária não pode esperar amanhã nem no futuro próximo.”
Além disso, Vidal acrescentou que a Rússia não foi consultada durante a elaboração da proposta, que entre outros pontos pede a participação de ambos os lados em conflito nas discussões de paz.
“Desconheço que essa proposta tenha sido previamente negociada com a Rússia”, declarou Vidal. “Ela é uma proposta que vem de um encontro com o ministro Celso Amorim em Pequim com as autoridades chinesas.”