O primeiro turno das eleições para a presidência da Bolívia acontece neste domingo (18). Os eleitores escolhem quem vai substituir Jeanine Añez, a presidente interina que assumiu em novembro de 2019, após a anulação da votação daquele ano e os distúrbios que levaram Evo Morales a renunciar.
As urnas ficam abertas das 9h às 18h (hora de Brasília), mas neste ano, por conta da pandemia do novo coronavírus, os eleitores não terão todo o dia para votar. O tribunal eleitoral definiu um divisão entre os votantes de acordo com o último dígito da cédula de identidade: os que terminam com números de 0 a 4 votam pela manhã, e os de 5 a 9, pela tarde.
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Essas são as primeiras eleições na Bolívia sem a participação de Evo Morales desde 1997.
A eleição pode ser decidida já no primeiro turno se um dos candidatos tiver pelo menos 40% dos votos válidos e mais de dez pontos percentuais a mais que o segundo colocado. Se ninguém conseguir esse resultado, um segundo turno está marcado para o dia 29 de novembro.
Os candidatos
Veja abaixo quem são os três concorrentes que lideram as pesquisas:
- Luis Arce é o candidato do MAS, o partido de Evo Morales. Arce foi ministro da economia de Evo -nesse cargo, ele foi responsável por estatização de empresas. Durante a campanha, ele buscou se distanciar dos aspectos mais polêmicos dos anos de Evo -ele afirmou, por exemplo, que não vai interferir em investigações contra ex-ministros do MAS.
- Carlos Mesa já foi presidente da Bolívia entre 2003 e 2005. Ele concorreu contra Evo nas eleições de 2019 e ficou em segundo. É considerado um centrista.
- Luis Fernando Camacho é um líder de extrema-direita que liderou protestos contra Evo. Ele é de Santa Cruz, o estado mais populoso.
Há outros candidatos, mas eles pontuam pouco nas pesquisas de intenção de voto.
Arce tem 33,6% da preferência dos eleitores, seguido de Mesa, com 26,8%, de acordo com uma pesquisa da organização Tu Voto Cuenta, feita entre 2 e 5 de outubro. Camacho, em terceiro, tem 13,9% das intenções de voto.
As desistências
Dois candidatos de direita abandonaram a corrida eleitoral: a presidente interina, Jeanine Añez, e Jorge Quiroga, que também já foi o líder do país.
Os dois deixaram as eleições para evitar uma vitória em primeiro turno de Arce, o candidato de Evo. No entanto, nenhum dos dois declarou apoio a Mesa, o segundo colocado.