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Biden e Trump são confrontados por impactos da mudança climática

Democrata e republicano divergem sobre medidas para o clima, tema apontado como uma 'grande ameaça' por 62% dos eleitores

Diante de alguns dos maiores incêndios florestais de que se tem registro na Costa Oeste dos EUA, que deixaram mais de 30 mortos e um rastro de destruição equivalente ao estado de Sergipe, os dois principais candidatos à Presidência do país falaram sobre a questão climática em atos de campanha nesta segunda-feira.

Cada um a seu jeito.

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Em discurso realizado em Delaware, estado em que reside, o democrata Joe Biden afirmou que a visão do presidente Donald Trump sobre o clima, negando a existência de mudanças graves provocadas pela ação humana, é extremamente perigosa. Ele classificou Trump como um "pirômano do clima".

? O negacionismo de Donald Trump pode não ter causado os incêndios, as grandes enchentes e os grandes furacões, mas, se ele conseguir mais um mandato, esses eventos infernais continuarão a ser mais comuns, mais devastadores e mais mortais ? afirmou o democrata, que em algumas ocasiões prometeu levar os EUA de volta para o Acordo do Clima de Paris, do qual Trump retirou o país em 2017, logo depois de tomar posse.

Para Biden, os EUA vivem um momento histórico, em que quatro crises de grande escala ocorrem de forma simultânea. Além dos efeitos das mudanças climáticas, ele listou a pandemia do novo coronavírus, a situação da economia e o racismo estrutural, que vem sendo questionado em protestos por todo o país desde maio.

? Trabalhar com as crises requer ação, não negação. Requer liderança, não o uso de bodes expiatórios. Requer que o presidente cumpra o principal dever do cargo, o de cuidar, cuidar de todos ? concluiu o ex-vice-presidente. ? Se você der a um pirômano do clima mais quatro anos na Casa Branca, por que deveríamos ficar surpresos se tivermos mais dos Estados Unidos pegando fogo?

Em seu plano de governo, Biden põe a questão climática em destaque, ligando medidas de proteção ao meio ambiente à recuperação da economia americana. Entre as propostas, está a de neutralizar a emissão de gases causadores do efeito estufa até 2050, além de erradicar a poluição por gás carbônico até 2035. As medidas têm um custo alto: US$ 2 trilhões (R$ 10,5 trilhões).

? Quando Donald Trump pensa em mudanças climáticas, a única palavra que ele consegue balbuciar é "farsa". Quando eu penso em mudanças climáticas, a palavra em que penso é "empregos" ? disse Biden em discurso no mês passado.

'Vai começar a esfriar'

Trump, por sua vez, foi obrigado a confrontar a questão climática diante dos catastróficos incêndios florestais, mas não pareceu ceder em suas posições. Durante uma reunião com autoridades e especialistas na Califórnia, o estado mais atingido, ouviu de alguns deles que era necessário reconhecer, com urgência, que o clima está mudando, e que as provas estavam ali a poucos quilômetros de distância.

A resposta não agradou muito aos que participavam do encontro.

? Vai começar a esfriar. Apenas vejam. Não acho que a ciência saiba (tudo) ? afirmou o presidente, depois de demonstrar visível enfado ao ouvir a exposição de um dos presentes sobre o impacto das mudanças climáticas no estado.

Mais cedo, Trump disse que o fogo era uma "questão de gestão" e que outros países não enfrentam problemas parecidos.

? Eles (outros países) não têm problemas assim. Eles têm árvores muito inflamáveis, mas não têm problemas como esse.

Trump foi criticado por ter silenciado sobre os incêndios por semanas. As primeiras declarações foram feitas na sexta-feira passada, quando agradeceu a todos que estão lutando contra as chamas, que neste ano destruíram 1,25 milhão de hectares apenas na Califórnia, 20 vezes mais que no ano passado.

Ainda na Califórnia, nesta segunda-feira ele entregou homenagens a sete integrantes da Guarda Nacional do estado. No discurso, não mencionou a palavra "clima", mas no mês passado, em comício na Pensilvânia, sugeriu que o fogo era provocado pelo acúmulo de folhas secas no chão ?  o que, segundo cientistas também é um fator, mas agravado por calor mais intenso e secas mais longas.

? Eles (os incêndios) estão começando de novo na Califórnia. Eu disse, "vocês têm que limpar seu chão, suas florestas, há muitos, muitos anos de folhas e galhos quebrados, eles são muito inflamáveis, você toca neles e começa" (o fogo) ? afirmou, culpando o governo do estado, governado pelo democrata  pelos incêndios.

Discurso à base

O negacionismo de Trump em relação às mudanças climáticas é um dos pilares de seu discurso eleitoral. Sua base mais fiel de apoiadores pensa dessa forma, vendo planos como a neutralização da emissão de gases causadores do efeito estufa como entraves ao crescimento econômico. Nos últimos três anos e meio, o presidente fez dessa ideia sua principal linha de ação na questão do clima.

A saída do país do Acordo de Paris foi a ação mais emblemática, prometida ainda durante a campanha. Mas o presidente também derrubou centenas de regras de proteção ambiental, incentivou o uso de combustíveis fósseis e fez o que estava a seu alcance para abafar o diálogo sobre o tema.

Em novembro de 2018, um relatório produzido pelo próprio governo americano apontava para efeitos catastróficos na economia caso nada fosse feito para amenizar as emissões de gases poluentes. Ao comentar o documento, Trump disse que "não acreditava" nas conclusões.

Em pesquisa divulgada na semana passada pelo instituto Pew, 62% dos americanos disseram ver as mudanças climáticas como uma "grande ameaça" aos EUA.

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