Trabalhadores ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), entidade que congrega dezenas de sindicatos, se reuniram na orla marítima da capital na manhã desta terça-feira (1º) para um ato cuja finalidade é sensibilizar a população acerca da necessidade de lutar contra a perda de direitos trabalhistas.
Vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteal), a professora Célia Capistrano avalia que a perda de direitos sociais, imposta pelo Governo Federal, explica por que os trabalhadores estão reunidos na para gritar e protestar sobretudo contra o grupo que administra o País.
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"O País vive absoluto retrocesso. Querem desmontar, desmantelar o que foi construído, garantido à custa de muito esforço", criticou a educadora, que "fugiu" de Delmiro Gouveia em busca de uma escola de qualidade e, hoje, diz lutar contra quem pouco valoriza a educação em Alagoas.
"Também nos queixamos de prefeituras que não têm respeitado os direitos dos trabalhadores, disse, numa referência às 13 prefeituras do interior que não têm repassado à entidade o imposto sindical. "Acionamos o Ministério Público do Trabalho e eles vão ter que se explicar", comentou.
Cobrança por assistência técnica
"Hoje é dia de protestar contra a perda de direito sociais, trabalhistas. É dia de cobrar justiça social principalmente para quem vive no campo à espera da verdadeira reforma agrária", afirmou José Maciel, integrante do MST em União dos Palmares, Zona da Mata.
Plantador de inhame, batata e macaxeira em terra pertencentes à massa falida da Laginha Industrial, ele também cobra melhor assistência técnica aos que, como ele, dependem da terra para sobreviver
"É dia também de cobrar assistência técnica. Faz tempo que não temos orientação sobre como plantar adequadamente", esbravejou. Além do sem-terra, trabalhadores de outras regiões de Alagoas devem participar do ato/protesto alusivo ao Dia do Trabalhador, na orla marítima de Maceió.
Protesto contra privilégios e privatização
Os representantes dos sindicatos filiados à CUT, vindos da capital e do interior, também aproveitaram o Dia do Trabalhador para evidenciar temas que estão em discussão no cenário nacional.
"Lula livre, Lula presidente". Eis a frase contida em cartaz empunhado por manifestante que defendia a soltura do ex-presidente da República. "É isso mesmo. A gente quer Lula livre", avisou Josias Antônio, trabalhador rural ligado a um dos movimentos em prol da reforma agrária no Brasil.
"O petróleo tem que ser nosso" - tema de cartaz feito pelo Sindicato dos Petroquímicos (Sindopetro) - e "0% de reajuste nos governos de Calheiros e Palmeira" - do Sinteal - também chamavam a atenção dos que foram à orla da capital protestar contra o Governo Federal neste 1° de maio.
A questão do auxílio moradia pago a alguma autoridades, dentre as quais magistrados e conselheiros de tribunais, também estampava cartazes nas mãos de alguns manifestantes.