Centenas de trabalhadores rurais sem terra ocuparam, no final da manhã desta terça-feira (18), a sede do prédio da Superintendência Regional do Incra em Alagoas, no centro de Maceió, onde os camponeses devem permanecer até o término de reunião entre uma comissão dos agricultores e o governador Renan Filho (PMDB), no Palácio República dos Palmares.
De acordo com a assessoria do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que lidera o ato público, cerca de três mil pessoas estão na capital alagoana, onde ergueram acampamento, como de costume, na Praça Sinimbu.
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A ocupação é em protesto contra a Medida Provisória 759, que versa sobre a regularização fundiária - o MST critica a MP que altera as regras relativas à reforma agrária no país por considerar que o texto representa um retrocesso às ações de distribuição de terras.
Já com o governador Renan Filho, os trabalhadores apresentaram pauta de reivindicações que vão desde a exigência por mais ações de combate à violência no campo até a necessidade de fortalecimento da política de reforma agrária no estado.
"Discutimos a agenda dos movimentos sociais. A agricultura familiar é uma das principais vertentes de investimento que geram empregos. O que estamos planejando é a maior reforma agrária que Alagoas já teve. Os próprios trabalhadores concordam com isso. Mas nem tudo depende só do governo, mas também da justiça e de interesses privados. Nós iremos montar as peças deste quebra cabeça e garantir o desenvolvimento", expôs o governador Renan Filho.
Já o coordenador da Comissão Pastoral da Terra, Carlos Lima, confirmou que o governo tem ouvido os trabalhadores. "Acho que o governador adota uma postura que permite abrir novos espaços na agricultura, para que outras produções prevaleçam no estado. No campo das ideias é que a gente vai construindo uma nova forma de produzir em Alagoas", comentou.
De acordo com Débora Nunes, coordenadora do MST, o movimento vai realizar várias atividades na Praça Sinimbu, dando início às ações alusivas ao Abril Vermelho, quando os trabalhadores se mobilizam em todo o país para alertar a sociedade sobre os problemas enfrentados pelo homem do campo.
Além do MST, participam da jornada de lutas famílias ligadas à Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento Unidos pela Terra (MUPT), Movimento Terra Trabalho e Liberdade (MTL), Movimento Via do Trabalho (MVT) e Movimento Terra Livre.