Algo aparentemente simples tem causado transtornos a quem precisa atravessar a Avenida Menino Marcelo, na parte alta de Maceió. É que, desde o recapeamento da pista, realizado em janeiro, faixas de pedestre e os chamados gelos baianos não foram recolocados na pista, confundindo motoristas e facilitando as "barbeiragens".
Em locais de grande fluxo, como nas proximidades da saída do conjunto José Tenório, o problema se agrava ainda mais. Foi lá que a enfermeira Vitória Lira quase foi atropelada essa semana. Ela conta que o caso aconteceu no período da manhã, enquanto tentava atravessar a Via Expressa.
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"Estava atravessando quando um motoqueiro viu o sinal fechado, mas acelerou para passar porque não viu carro para fazer o retorno. É como se, quando há carros para fazer o retorno, o pedestre não valesse de nada, mesmo o sinal estando fechado. Isso não acontecia quando a faixa estava pintada", afirma.
Segundo ela, a questão é que, sem as faixas, motoristas ficam sem delimitação para que possam parar quando o sinal fecha. "O problema é que, como não está com a faixa pintada, os carros param em cima do retorno", diz. "Os pedestres ficam sem ter lugar para atravessar, correndo risco de serem atropelados".
A enfermeira aponta ainda que isso se repete ao longo de boa parte da via. "E o pior de tudo é que a impressão de quem está dirigindo é que o pedestre está errado", aponta Vitória, que lembra a falta dos gelos baianos. "Assim como as faixas, eles foram retirados e isso dá margem para motoristas realizarem manobras irregulares", completa.
Quem trabalha ali por perto consegue ver diariamente e de perto os perigos. Jéssica Maria Silva tem um carrinho de vendas bem em frente ao espaço onde deveria estar pintada a faixa e relata que já presenciou momentos de risco para quem precisa se locomover a pé pela região.
"É complicado, porque, como está sem faixa, às vezes os carros não sabem onde parar, às vezes param mais pra frente. Realmente está precisando pintar isso logo. Acho que já completou uns dois meses sem e isso atrapalha quem precisa atravessar. Alguns carros param lá frente" afirma.
Adeilton da Silva, que também trabalha no local, concorda. "Já tentei passar uma vez e sem a divisão da faixa fica ruim. Os carros que não conhecem o espaço param em cima de onde deveria ser o espaço para atravessar e o pedestre também fica sem saber onde atravessar. As pessoas que passam por aqui reclamam muito", diz ele.
O comerciante é outro que alerta para a falta dos gelos baianos, que impediriam o cruzamento de uma pista para outra. "Não colocaram o gelo baiano e quase vi um acidente um dia desses. Um carro foi cruzar a pista e quase bateu em uma moto. Já teve acidente aqui por conta disso".
AGazetawebentrou em contato com a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) para um posicionamento sobre o problema, mas foi informada que, como a Avenida Menino Marcelo é federalizada, todos os trabalhos nela são realizados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), inclusive a pintura de faixas. A reportagem tentou contato com o órgão federal, mas não obteve sucesso.
O recapeamento da Via Expressa faz parte das obras executadas em toda a extensão das BRs-104 e 316. Além do recapeamento, elas englobam manutenção, sinalização e drenagem, beneficiando os trechos urbanos - Menino Marcelo/Ladeira do Catolé, acesso à Ceasa e as avenidas Durval de Góes Monteiro e Fernandes Lima.
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