O presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas (TJ/AL), desembargador Washington Luiz Damasceno Freitas, se reuniu com representantes do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), que estão em greve desde o último dia 18, nesta quinta-feira (28), para intermediar uma solução para o fim da paralisação. O secretário de Segurança Pública de Alagoas, coronel Lima Júnior, participou do encontro.
O presidente do TJ/AL mediou que o cumprimento do mandado dereintegração de posse do Porto de Maceió aconteça de forma pacífica. A decisão do juiz Henrique Gomes de Barros, da 3ª Vara Cível da Capital, foi proferida na noite dessa quarta-feira (27), considerando os prejuízos causados pelo bloqueio do acesso ao Porto. Segundo o administrador do Porto de Maceió, Nílton Lira, o bloqueio prejudica a capital alagoana e as cidades próximas, com prejuízo diário estimado em US$ 100 mil por dia, o equivalente a cerca de R$ 354 mil.
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"Houve uma série de reivindicações do presidente do Sindpol. Todas elas foram analisadas. O Governo do Estado apresentou uma contraproposta, mas a categoria decidiu pela rejeição. Para que possamos discutir e isso seja objeto de entendimento, é necessário a participação do Secretário de Planejamento", explicou o desembargadorWashington Luiz.
Contraproposta
Em nota, o Governo do Estado informou que permanece aberto o diálogo com os policiais civis para solucionar o impasse e encerrar a greve da categoria. "Esse diálogo inclui, como ponto principal, a transparência por parte do governo, expondo sem entraves as contas do Estado para que as negociações sejam feitas a partir da realidade financeira de Alagoas".
Ainda de acordo com o documento divulgado, a proposta apresentada pelo Sindicato dos Policiais Civis, que representa um reajuste salarial de 172,68%, é impraticável, sobretudo em uma situação de crise aguda que afeta toda a economia. O Estado não tem como suportar o impacto que esse percentual provocaria.
"A atitude extrema tomada pelo Sindipol, de manter a ocupação do Porto de Maceió em descumprimento à ordem judicial de desocupação, não contribui para a solução do impasse, traz sérios prejuízos à atividade econômica em Alagoas e constitui grave desobediência à Justiça. É uma forma de pressão que não pode ser aceita. O Governo do Estado confia no senso de responsabilidade dos policiais civis e de suas lideranças sindicais. Por isso, espera que as negociações voltem a se dar em clima de normalidade, de forma madura, civilizada e com respeito à ordem pública".
Nova reunião
O presidente do Sindpol irá se reunir com a categoria na manhã desta sexta-feira (29) para discutir a saída dos agentes da Polícia Civil de Alagoas da entrada do Porto de Maceió. Uma nova reunião com o desembargadorWashington Luiz está agendada para o final da tarde.