Quatro quadrilhas juninas se apresentaram no concurso Forró & Folia, nesta quinta-feira (15), última noite da fase de classificação, antes da grande final que vai acontecer nesta sexta-feira (16). As atrações acontecem no Ginásio Poliesportivo Lauthenay Perdigão, no bairro do Trapiche, em Maceió.
O evento faz parte do concurso fruto de uma parceria entre a Organização Arnon de Mello, o Governo do Estado, e a Liga das Quadrilhas Juninas de Alagoas.
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Na noite desta quinta, apresentaram-se as quadrilhas Canarraia (Arapiraca), Dona Dadá (Ponta da Terra, em Maceió), Gibão de Couro (Pilar), Sanfona do Rei (Atalaia). Na grande final, do total de 16 grupos, cinco irão concorrer à única vaga para representar Alagoas no Festival da Globo Nordeste, no Recife.

Uma das juradas do concurso, Karine Sadala explica que cinco critérios são avaliados: coreografia, figurino, originalidade, marcador e casamento.
"A gente tem uma grande responsabilidade nas mãos, porque eles treinam o ano inteiro, ensaiam, têm um investimento muito alto, não só de dinheiro, como psicológico, físico. Eles estudam e as temáticas são incríveis", afirma a jurada.
Nesta edição do Forró & Folia, a quadrilha Canarraiá levou para o público um tema curioso: a Passagem. E quem explicou a escolha desse tema foi o marcador Wellington Magalhães, que também é secretário de Cultura de Arapiraca.

"Nós falamos de vários significados que o nome passagem tem. De um ticket que você compra para poder embarcar no trem; de um ponto que liga um local ao outro, a exemplo das estações; e de um acontecimento na vida dos noivos que se conheceram comprando essa passagem, entre as estações, e acabaram se casando também. O tema é a passagem", explicou o marcador.
Ele disse que a expectativa para o concurso foi grande e reviveu as conquistas que a Canarraiá traz em sua bagagem.
"Expectativa muito grande. A gente sempre participa desses eventos do Forró & Folia. Inclusive, a gente já foi finalista por alguns anos, já ficou até em segundo lugar, quando foi lá em Marechal, e a gente está com a expectativa a mil. A gente já saiu lá de Arapiraca com a expectativa de fazer o melhor, mostrar o nome da nossa cidade, Arapiraca", relata Magalhães.

Originária da Ponta da Terra, a quadrilha Dona Dadá contou para a plateia uma história de amor. O protagonista é um rapaz que foi embora e retornou 20 anos depois em busca do grande amor da sua vida.
Rafael Ponte, o Rei da quadrilha Dona Dadá, e que dança no grupo há cinco anos, recorda os três anos em que o concurso foi suspenso por conta da pandemia. Ele considera o evento um reencontro.

"Acho que é o início novamente de tudo. A gente passou três anos [sem dançar quadrilha] por conta da pandemia, e eu acho que é o reencontro da galera. Faz muito tempo que não se vê, para saber quem está vivo para contar história, porque poderia ser que a gente nem estivesse aqui", relembra, falando que estava sentindo uma "dor na barriga". "Acho que os três anos de pandemia fez com que a gente refletisse bastante. Encontrar assim a galera de novo, essa multidão é bem massa", finaliza o dançarino.

A Gibão de Couro foi outra quadrilha a se apresentar na noite desta quinta-feira. Ela levou o legado de uma família com a vaquejada. O tema foi Avôhai. Quem explicou à Gazetaweb o que significa essa palavra foi o fundador e presidente do grupo, Jefferson Gregório.

"A gente veio com o tema Avôhai. A história de um vaqueiro sob o olhar de um além. Avôhai significa de avô para pai. E a gente vem trazendo a história de um vaqueiro que lá no final de sua vida passa o seu legado para o filho, que consequentemente, passa o seu legado para o neto. E assim a história da vaquejada continua viva no sangue da família", explica Gregório.

Jefferson se mostrou confiante de que, desta vez, a Gibão de Couro vai para a grande final. A quadrilha ensaia desde outubro, pausando apenas no período de carnaval.
"A expectativa está bastante grande. Em nove anos, é a primeira vez que a gente veio se apresentar no Forró & Folia com chances de ir para a grande final. Então a gente está com a expectativa enorme, desde cedo se arrumando, cenário, figurino, alinhando tudo", afirma.

A Sanfona do Rei levou para o Ginásio do Sesi a importância do amor. Com o tema "Do Fogo das armas, ao brilho das artes", a equipe passou para o público de que, em meio à violência, o amor é o sentimento que deve prevalecer.
O coreógrafo da Sanfona do Rei, Cris Cabral, está há seis anos levando o nome de Alagoas para outros estados por meio da quadrilha de Atalaia. Ele explica a escolha o tema.
"A gente não quis apenas mostrar a violência em si, mas a gente quis passar essa mensagem que o amor, ele vence, que o amor ele ameniza e diminui muito, principalmente na questão da violência. Então foi uma forma de transmitir para os espectadores e brincantes do São João, que o amor prevalece, que a violência está aí porque vai de cada pessoa, então, quando a gente é humilde, quando a gente coloca o amor à frente, eu acho que ele quebra muitas barreiras", comenta o coreógrafo.

Forró & Folia
O Concurso Forró & Folia é um evento gratuito. Para a entrada, basta apenas levar dois quilos de alimentos que serão direcionados para instituições de Alagoas.
No primeiro dia, três quadrilhas mostraram todo o seu talento e criatividade. Foram elas: Chapéu de Couro (Penedo), Forró Baião (Vergel do Lago, Maceió) e Flor do Mandacaru (Rio Largo).
Já no segundo, apresentaram-se A Fazendinha (Tabuleiro do Martins, Maceió), Show Nordestino (Marechal Deodoro), Amanhecer do Sertão (Benedito Bentes, Maceió), e Xodó e Xamego (Rio Largo).
Nessa quarta-feira (14) foi a vez das quadrilhas juninas Luar do Sertão (Maceió), Renascer do Sertão (Arapiraca), Brilho Lunar (Coqueiro Seco), Flor de Chita (Eustáquio Gomes) e Dona Ciça.
Nesta quinta-feira (15), os espectadores prestigiaram as quadrilhas: Canarraiá, Dona Dada, Gibão de Couro e Sanfona do Rei.
Na sexta-feira (16), acontece a grande final. Ginásio abrirá os portões às 8h para o público trocar 2 kg de alimentos por ingressos. Os portões para as atrações abrem às 18h de sexta.