
Moradores de vários bairros de Maceió relatam preocupação com o crescimento do número de caramujos africanos durante o período chuvoso. Os moluscos são considerados uma praga difícil de controlar e se reproduzem rapidamente. Eles podem transmitir doenças graves, como maningoencefalite.
O biólogo Carlos Fernando, da Unidade de Vigilância e Zoonoses de Maceió (UVZ), disse, em entrevista à TV Gazeta de Alagoas, que esses caramujos colocam ovos no solo durante o verão, mas eles eclodem com a chegada da chuva. Sem predadores naturais, eles acasalam e se espalham. Cada espécime é capaz de botar cerca de 400 ovos por ano.
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"[O caramujo africano] é considerado uma das 100 piores pragas do mundo pela OMS. Causa problemas econômicos, problemas ambientais e, principalmente, problemas de saúde pública", afirmou o especialista à TV Gazeta.

No bairro da Jatiúca, a situação tem alarmado os moradores. "A gente já não sabe mais o que fazer. Ontem eu já matei de 15 a 20 caramujos e hoje já estão subindo nas paredes, estão no chão", relatou Josival de Oliveira, ao portal G1 Alagoas.
Riscos
Os caramujos africanos são portadores de parasitas que causam meningoencefalite e estrongiloidíase, doenças que podem provocar sérios problemas de saúde, incluindo febre, náuseas, confusão mental, inflamações no cérebro, tosse seca, dispneia, edema pulmonar, diarreia e dor abdominal. A infecção ocorre pelo contato com o muco que os caramujos liberam para se locomover.
Controle da praga
Especialistas ouvidos pela reportagem da TV Gazeta destacaram a necessidade de manusear os caramujos com cuidado, seguindo as orientações abaixo:
- Não pegar os caramujos sem proteção nas mãos: use luvas ou sacos plásticos;
- Evitar que crianças brinquem com os caramujos;
- Lavar bem as hortaliças: Deixe de molho por 30 minutos em um litro de água misturado com uma colher de sopa de água sanitária antes de consumir;
- Não comer caramujos encontrados no ambiente;
- Para eliminar os caramujos, as pessoas devem catar os animais e os ovos usando proteção nas mãos, colocá-los em sacos plásticos fechados, quebrar as conchas para evitar que os ovos sobrevivam, e enterrá-los em buracos no solo, cobrindo com cal. O mesmo procedimento deve ser aplicado aos ovos encontrados.