Mesmo sob a revolta dos pescadores, a realocação deles para o novo Centro Pesqueiro, no Jaraguá, será feita nesta quarta-feira (4), conforme anunciou a Prefeitura de Maceió. A demolição da estrutura da balança do peixe, naquela localidade, também deve acontecer neste dia. Por causa da intenção, o trânsito já tinha sido modificado por agentes da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT).
Um grupo dos comerciantes se reuniu com a gestão do centro para discutir algumas reivindicações e espera-se um entendimento entre as partes. A comercialização, no entanto, só ocorre daqui a 15 dias, conforme calendário já estabelecido.
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A negociação dizia respeito, principalmente, à situação dos pescados que os comerciantes tinham em estoque. A preocupação era saber para onde seriam levados e como. Um grupo foi até o novo local para verificar a estrutura e reclamou do limite de espaço. Pela regra, eles só podem levar um freezer para armazenamento dos produtos, quando muitos têm até oito aparelhos.
"Nós temos ambientes lá, duas câmaras frias no centro pesqueiro que são suficientes para acomodar todo esse peixe, assim como o pescado in natura. Pensando nisso, já foram alugadas caixas d´água para se colocar gelo para não estragar esse pescado e dificultar a vida dos pescadores", afirmou o coronel Louverny Monteiro, assessor técnico de planejamento da Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Convívio Social (Semscs).
Outra queixa dos comerciantes era o prazo de 15 dias para que eles passassem a trabalhar no novo local. "A Prefeitura não tem o que interferir nesse caso porque é de acordo com a visão do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável, uma vez que o pescado é perecível. O centro pesqueiro está funcionando em partes, com as oficinas e os estaleiros. Eu não sei qual vai ser a dinâmica da venda de pescado. Mas, ainda essa semana, alguns pescadores poderão comercializar", confirmou o coronel.
Ao todo, são 182 permissionários que serão realocados para o novo espaço, conforme faz parte do planejamento da Semscs. De acordo com Louverny Monteiro, foram cadastradas famílias até 2012, todas aptas para realocação. Quinze pessoas não foram contempladas porque se cadastraram depois. Mesmo assim, a Prefeitura informou que estes, não cadastrados, poderão ir para o novo local, mas de forma temporária.
Os pescadores fizeram protesto e bloquearam trecho em frente à balança do peixe. O ato provocou um grande congestionamento na tarde dessa terça (3) e na manhã desta quarta. Homens do Corpo de Bombeiros (CB), da Polícia Militar (PM), além de guardas municipais e técnicos da Equatorial Energia Alagoas foram mobilizados para a manifestação.