
Os pais de alunos da rede pública de ensino de Maceió realizaram, entre o final da tarde e início da noite desta quarta-feira (12), o segundo protesto do dia para reivindicar transporte escolar para os estudantes das escolas municipais. Desta vez, a manifestação ocorreu na rodovia AL-101 Norte, ainda na capital alagoana.
Os manifestantes bloquearam os dois sentidos da rodovia, entre os bairros da Jacarecica e da Guaxuma, próximo à Rota do Mar. Eles atearam fogo em objetos para interditar os acessos.
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Devido as interdições, o trânsito ficou lento na localidade.

Daniela Maria da Silva foi uma das mães presentes no protesto. Ela afirma que tem cinco filhos e todos eles estão em casa sem estudar por causa da ausência de ônibus escolares.
"Desde 10 de dezembro que as crianças estão de férias, voltaram a estudar agora em fevereiro. Teve esse tempo todo e por que não ajeitaram os ônibus da escolares? Você acha que é certo as crianças ficarem sem estudar por causa de ônibus escolar? Eu tenho cinco filhos, estão todos os cinco em casa sem estudar? Por quê? Porque não tem um ônibus escolar", expôs ela, em entrevista à imprensa.

Ela disse que haverá uma reunião entre as mães afetadas e a Secretaria Municipal de Educação (Semed) nesta quinta-feira (13), mas se o problema não for resolvido, elas voltarão a se manifestar.
"A vida da gente já é tão difícil, por que as dos nossos filhos têm que ser tão difícil também? É tanto imposto, tanta coisa cara que a gente paga e os direitos das nossas crianças estão sendo tomados por causa de irresponsabilidade do povo. Vai ter uma reunião na Semed e se não resolverem amanhã a tarde a gente vai estar aqui novamente até que alguma coisa seja resolvida. Já que as mães não tiveram oportunidades eu espero que os meus filhos tenham", exclamou a mulher.

A rodovia foi liberada por volta das 19h após a chegada do Batalhão de Polícia Rodoviária, que manteve diálogo com os manifestantes.

No início da tarde, um primeiro protesto foi realizado no bairro do Benedito Bentes pelo mesmo motivo.
Sandra da Silva afirma que, devido à falta de transporte, tem caminhado mais de 40 minutos por dia com os netos, para levá-los à escola. “O menino tem seis anos e eu venho a pé nesse sol quente com os meus netos e isso não é justo com nenhuma criança”, afirmou ela.

Em entrevista à TV Gazeta no dia 10 de fevereiro, Viviane Silva, moradora da Chã do Bebedouro, relatou a dificuldade em ter acesso ao transporte para levar o filho à unidade de ensino.
“A escola disse que tem ônibus, mas disse que na primeira semana não ia ter porque a mãe tem que trazer e na próxima semana o ônibus passaria nas portas para pegar, mas quando a gente trouxe já disse que a mãe teria que trazer mais duas semanas”, relatou a mulher.
As reivindicações ocorrem após vários ônibus escolares serem tirados de circulação. Na última semana, eles foram alvos de fiscalização do Ministério Público e da Defensoria Pública que encontraram problemas de manutenção e solicitaram a suspensão dos serviços por riscos à segurança dos estudantes.
No entanto, os órgãos requisitaram que a Prefeitura de Maceió providenciasse novos ônibus escolares para atender a demanda na capital.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) afirmou que busca solucionar o problema e que há dois processos em tramitação para a contratação de empresas.
"A Semed reitera que não há atrasos nos pagamentos à empresa, que foi notificada a prestar esclarecimentos e a retomar os serviços, cuja suspensão tem prejudicado milhares de estudantes da rede pública municipal que dependem do transporte escolar", disse o órgão.