O vice-presidente da Federação Alagoana de Futebol (FAF), Júnior Beltrão, e o diretor de Competições da entidade, Luciano Sampaio, falaram, nesta quarta-feira (9), durante o Programa Canal Esportes, da TV Mar, sobre a decisão de banir dos estádios de todo o país a torcida organizada Mancha Azul, do CSA, em razão dos episódios de violência ocorridos recentemente envolvendo membros do grupo.
A decisão, que acata recomendação do Ministério Público Estadual (MPAL), acontece pouco tempo depois da volta dessa organizada aos estádios, tendo em vista que ela já havia sido punida no final do último mês de janeiro, com seis meses de suspensão. Um comunicado será enviado à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para que a medida seja válida em os estados do país. No Rei Pelé, câmeras de reconhecimento facial ajudarão a identificar membros da organizada que, porventura, tentem burlar medida.
De acordo com Júnior Beltrão, a violência no futebol não pode ser tolerada e, por isso, foi preciso tomar a decisão de banir, mais uma vez, essa organizada. Além do acesso aos estádios, os membros da Mancha Azul também ficam proibidos de circular em um raio de até 5 km desses locais nos dias de jogos. "A Federação lamenta o que vem acontecendo. Esses episódios de violência vêm tomando conta do nosso estado. Essa torcida específica já havia sido punida este ano, voltou agora e já tivemos novos fatos que nos obrigaram a aplicar a punição novamente. Não podemos tolerar a violência no futebol e nos estádios, que são ambientes onde as pessoas deveriam levar os filhos", pontua o vice-presidente.
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Segundo ele, qualquer material relacionado à torcida organizada Mancha Azul também não poderá ser levado aos estádios e, em Maceió, caso alguém tente burlar a decisão, câmeras de reconhecimento facial instaladas no Estádio Rei Pelé ajudarão a identificar essas pessoas e a retirá-las do local.
"Sabemos que os fatos de violência causam prejuízos diretamente para os clubes, que precisam ter a torcida apoiando e fazendo festa nos dias de jogos. Essas situações afastam torcedores que são pais de família e que temem ir aos estádios. Os prejuízos são financeiros, mas também de imagem do campeonato e da Federação. As câmeras de reconhecimento facial são importantes para combater a presença de determinados torcedores", diz.
De acordo com o diretor de Competições da entidade, Luciano Sampaio, a Mancha Azul vai ser informada oficialmente sobre a decisão e terá direito a se defender e apresentar suas contrarrazões. Ele conta que existe, atualmente, um grupo de trabalho idealizado pela Federação e abraçados por diversos órgãos que se reúnem periodicamente para discutir e buscar soluções para os problemas que envolvem o futebol como um todo, tais como racismo, violência e manipulação de resultados. Além disso, foi criado um espaço específico, dentro do canal de denúncias da polícia, o 181, para recebimento de demandas relacionadas somente ao futebol.
"As duas maiores torcidas organizadas já passaram por uma suspensão de seis meses por fatos ocorridos em janeiro. E essa punição acabou agora, recentemente. A do CSA voltou no último jogo. Porém, já depois desse prazo de punição, e durante esse período, as investigações da Polícia Civil não pararam e ocorreram fatos ligados a rixas entre torcidas rivais e confrontos. A Mancha Azul vai ser intimada e terá direito a se manifestar e expor seu entendimento", destaca Luciano.