Dezenas de moradores dos conjuntos Village Campestre e Graciliano Ramos, localizados na parte alta de Maceió, querem o apoio do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE) para evitar a mudança de linhas de ônibus que pode afetar a rotina de cerca de 20 mil pessoas que utilizam o transporte público diariamente. Em protesto, os manifestantes impedem a saída dos veículos do terminal, recolhendo assinaturas para um abaixo-assinado a ser entregue, nesta terça-feira (17), no MPE.
Com o documento, os moradores esperam sensibilizar o órgão a intervir junto à Prefeitura de Maceió, convencendo-a a rever sua decisão. Eles devem seguir com o protesto no terminal do Village até que haja um encontro - previsto para quinta-feira (19) - com o superintendente municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), Antônio Moura.
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"A mudança que a SMTT pretende realizar vai impactar na vida de cerca de 20 mil pessoas. A gente vai manter a manifestação até que haja este encontro. A mudança que pretendem realizar não pode acontecer", afirmam os líderes comunitários Toni Chicuta e Elissalma Costa, que residem na localidade.
E a insatisfação se estende a moradores do Graciliano. Eles argumentam, ainda, que há outros problemas com os quais a SMTT deveria se preocupar, a exemplo do excesso de passageiros nos coletivos, uma das principais queixas dos usuários. "Os ônibus já saem todos cheios do Village, já vêm cheios. Por isso, não dá para imaginar apenas uma linha para servir a tanta gente. Não tem como. Resolveram reunir somente os empresários para tomar essa decisão", desabafou uma moradora.
RESPOSTA
Por meio de nota, a SMTT explicou que as mudanças no itinerário dos ônibus que atendem os conjuntos Graciliano Ramos e Village Campestre vão aumentar o número de viagens dos coletivos, diminuindo a espera da população nos pontos de ônibus. Ainda segundo o órgão, as alterações foram feitas com base no edital da licitação do transporte coletivo, ocorrida em 2015.
"A SMTT informa, ainda, que as mudanças foram apresentadas às comunidades por meio de suas associações e líderes comunitários", diz trecho da nota.
No mesmo comunicado. a superintendência afirmou estão previstos pelo menos 20 dias de testes do novo itinerário, período em que o órgão vai avaliar a necessidade de adequações.
Também por meio de nota, a empresa Real Alagoas afirmou que o principal objetivo da mudança dessas linhas é melhorar o intervalo entre as viagens e otimizar o sistema de transporte na região, mudança que, segundo a empresa, acarreta também na redução de sobreposição de linhas.
"As mudanças foram realizadas após um estudo técnico feito pela Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito - SMTT, para que fosse cumprido uma exigência que consta no contrato de licitação das empresas assinado em 2015 junto à Prefeitura de Maceió. A Real lamenta que a população não tenha sequer testado as mudanças, já que nenhum dos 40 veículos chegou a sair dos terminais para realizar as viagens no dia de hoje", disse a nota.